Rejeito de mineradora vaza e atinge APA de Guapimirim - O Globo, 04/08/15 06:00

poluidores serão multados

As atividades da Jacundá foram suspensas e os responsáveis, notificados para realizar imediatamente obras no dique de contenção de sedimentos, que teria se rompido. Fiscais do Inea descobriram que a mineradora fazia arrendamentos para outras empresas não licenciadas, o que é ilegal. Essas firmas também serão autuadas e multadas, informou o órgão.

A análise química dos rejeitos está sendo feita pelo Inea. Especialistas acreditam que os maiores impactos até agora no Rio Roncador são as alterações do PH e da transparência da água, que podem provocar a morte de algumas espécies.

De acordo com o biólogo Maurício Muniz, chefe da APA de Guapimirim, os sedimentos se espalham por 12 quilômetros e já alcançaram a Baía de Guanabara. Técnicos deverão sobrevoar hoje o rio para fazer uma nova análise da situação. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão da APA, anunciou que vai multar a mineradora, que atua na extração de areia e argila para venda no mercado da construção civil. A empresa ocupa uma área equivalente a 40 campos oficiais de futebol. Há a possibilidade de o acidente ter sido provocado por uma sabotagem.

— Essa empresa começou a se instalar no início deste ano, e não tivemos conhecimento do processo de licenciamento. A mineradora ocupa uma área enorme, e o vazamento provoca um impacto bastante significativo numa das áreas onde não tínhamos problemas. O ICMBio vai autuá-la por dano ambiental a uma unidade de conservação. Suas atividades estão suspensas até a apresentação de uma liberação do Inea — afirma Muniz.

Criada em 1984, a APA de Guapimirim abriga o último bosque de manguezais preservados da Baía de Guanabara, além de espécies como a marreca-caneleira e o jacaré-do-papo-amarelo.

Fonte: http://extra.globo.com/noticias/rio/rejeito-de-mineradora-vaza-atinge-apa-de-guapimirim-17075803.html