Projeto de conservação engaja crianças, jovens e adultos no Vale de Jequitinhonha, Minas Gerais.

            O olhar criativo sobre as questões ambientais tem se intensificado. Nos últimos 12 meses, são várias as mudanças ocorridas no mundo, seja na ciência, na economia e também nas atividades de educação ambiental. Atenta a essa questão, a equipe do CBC, em parceria com o Parque Estadual Serra Negra conseguiu envolver mais de 1.900 pessoas em suas atividades de educação ambiental dentro e fora das escolas. 

            Uebelmannia buiningii, pertencente à familia Cactaceae, é uma planta rara e ameaçada de extinção do Vale do Jequitinhonha, Itamarandiba-MG pela destruição de seus habitas e coleta ilegal. Por isso vem sendo estudado pelo Centro de Avaliação da Biodiversidade, Pesquisa e Conservacão do Cerrado-CBC desde 2012. E de lá pra cá tem atraído vários parceiros. Desde 2019 conta o apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil, por meio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF Cerrado) e do Instituto Jurumi para a Conservação da Natureza, além da parceria da Embrapa-Cenargen e da Rede Nacional de Pesquisa e Conservação das Cactáceas-RedCactos.

      Durante a Semana Florestal, em setembro de 2019, a coordenadora do projeto, Suelma Ribeiro, e sua equipe, juntamente com funcionários do parque percorreram as escolas estaduais e municipais de Itamarandiba para divulgar a existência dessa espécie para a comunidade local e ao mesmo tempo fomentar o seu engajamento para sua proteção. Naquela oportunidade foram envolvidos alunos desde a Educação Infantil até o Ensino médio. "A educação ambiental é uma grande aliada do projeto de conservação dos ecossistemas do Parque Estadual Serra Negra", diz Vanessa Chaves, funcionária da unidade.
     No trabalho com a Primeira Infância destacou-se a criação de uma seção com desenho para colorir a figura do cacto. As atividades com os alunos de nível médio e do Ensino de jovens e adultos-EJA incluíram palestras mostrando a importância de conservação da planta e dos ecossistemas da região. Em todas essas ocasiões participaram, também, professores e funcionários das escolas. " Essas atividades foram fundamentais para o estabelecimento do primeiro contato das crianças com a imagem do cacto", diz Mayco Santos, botânico, educador e integrante da equipe do projeto.
   Todo esse engajamento conduziu à realização de uma campanha para se dar um nome popular ao cacto ameaçado, onde os nomes propostos pelas crianças e jovens foram disponibilizados à votação durante oito dias. Os resultados compilados por Vanessa Chaves indicaram um total de 1.948 votos, os quais 723 foram atribuídos ao nome Coroa de Ita. "Houve a participação de pessoas de 17 Estados brasileiros, além de votantes de outros países como a Alemanha, Estados Unidos, França e Inglaterra", diz Vanessa.
    O nome Coroa de Ita será utilizado em todos os materiais de divulgação que ainda estão em fase de elaboração e ajudará na integração das crianças e jovens às atividades futuras do projeto. Entre essas está o Programa Coroa de Ita na Escola, a ser elaborado com o objetivo de expandir as atividades de educação ambiental para ajudar a amplificar a mensagem de conservação da biodiversidade da região", diz Suelma.