Carnívoros Brasileiros

Felidae

Os representantes da família Felidae apresentam corpo e cauda com pelo curto mas a exemplo das espécies de canídeos, as patas também são adaptadas a uma vida cursorial. Na cabeça, o focinho é curto e as orelhas pequenas e arredondadas.

A dentição é composta por 28 (ou 30) dentes e é caracterizada pelos caninos mas largos na base e robustos, fortalecidos para uma predação mais intensa e de presas às vezes maiores que eles. Os carniceiros são bem desenvolvidos para a dieta estritamente à base de carne.

As patas anteriores possuem quatro dígitos e as posteriores, cinco, sendo este vestigial, modificado em garra somente. As garras são afiadas e retráteis. O padrão de locomoção é digitígrado.

A maioria das espécies possui hábito crepuscular-noturno e não apresenta associação social; são solitários, sendo dificilmente observados em pares, somente em períodos de acasalamento ou durante a fase jovem, onde os filhotes (muitas vezes com porte adulto), acompanham a mãe em diversas atividades. A prole é sempre pequena e os filhotes permanecem de um ano a um ano e meio próximos à mãe (ou em sua área de vida). Os machos não exibem qualquer tipo de cuidados parentais. Os sentidos são extremamente apurados, principalmente a visão e a audição; apesar do olfato também ser bem desenvolvido, é bem menos que o dos outros carnívoros, pois para os felinos possui uma função mais direcionada a comunicação intraespecífica.

Apesar de serem comumente relacionados a hábitats florestais preferencialmente os felídeos brasileiros ocorrem em uma alta diversidade de hábitats. São encontrados em ecossistemas de cerrado, pantanal, caatinga e também em todos ecossistemas florestais. Ainda, utilizam mosaicos de fisionomias vegetais que podem incluir pastagens e campos de cultivo. A dieta é estritamente carnívora e somente suplementada por itens vegetais para auxiliar alguma disfunção digestiva.

No Brasil, a família é representada por três gêneros constituídos de nove espécies.

 

onca-pintada-adriano-gambarini-

Nomes comuns: Onça-pintada, onça-preta, jaguaretê, canguçu.

Nome em inglês: Jaguar.

Ameaças e conservação: Perda e fragmentação de habitat, associadas principalmente à expansão agropecuária, mineração, implantação de hidrelétricas e ampliação da malha viária, são as principais ameaças à conservação. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL. O ‘‘Plano de Ação para a Conservação da Onça-Pintada’’ prioriza: 1) Redução do impacto da ocupação humana dentro de áreas prioritárias para a conservação da espécie; 2) Redução do impacto ambiental nas áreas prioritárias para a conservação da espécie atingidas por grandes empreendimentos; 3) Fiscalização a fim de coibir a caça por retaliação e esportiva; 4) Programas de educação ambiental com foco em onça-pintada; 5) Estratégias de mitigação de conflitos; 6) Redução do número de espécimes retirados da natureza.

Comprimento total: Até 2,70 m (máxima).

Peso: Entre 35 kg e 158 kg.

Dieta: Pequenos mamíferos, répteis e aves até grandes como antas, queixadas, veados, jacarés, sucuris.

Número de filhotes: 1 a 4.

Gestação: 90 a 111 dias.

Longevidade: 15 anos (vida livre).

Estrutura social: Solitária.

Padrão de atividade: Diurno e noturno.

Distribuição geográfica: Ocorre em quase todos os biomas brasileiros, com exceção do Pampa.

Habitat: A onça-pintada pode habitar diferentes tipos de ambientes, de florestas tropicais a regiões semi-desérticas. A espécie parece evitar áreas com elevada altitude, apesar de haver registros de ocorrência de onça-pintada em áreas com 3.800 m. Além disso, a espécie evita áreas com atividade humana. Em áreas rurais, próximas a ambientes naturais da espécie, elas podem atacar rebanhos domésticos, ocasionando conflitos com proprietários rurais. Não há indícios de que onças-pintadas possam se adaptar a ambientes alterados pela ação humana, porém alguns animais foram fotografados, por meio de armadilha fotográfica, em reflorestamento de eucalipto.

Descrição física: Sua pelagem varia do amarelo-claro ao castanho-ocreáceo e é caracterizada por manchas pretas em forma de rosetas de diferentes tamanhos. Estas rosetas são como a “impressão digital” do animal e servem para diferenciá-lo, pois cada indivíduo possui um padrão único de pelagem. Existe também a variação melânica da espécie, que são onças com uma coloração de fundo preto, mas que também possuem as rosetas.

onca-parda-adriano-gambarini- 

Nomes comuns: Onça-parda, onça-vermelha, suçuarana, leão-baio, bodeira, puma.

Nome em inglês: Puma, cougar, mountain lion.

Ameaças e conservação: A supressão e fragmentação de habitats, a retaliação por predação de animais domésticos (tanto o abate “preventivo” de onças-pardas quanto o abate após o evento de predação), e os atropelamentos parecem ser as principais causas de perda de indivíduos da espécie no Brasil. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL. O ‘‘Plano de Ação para a Conservação da Onça-Parda’’ tem como meta: 1) Gerar e divulgar conhecimento sobre história de vida, viabilidade populacional e uso do espaço de vida; 2) Reduzir a perda de habitats e aumentar a conectividade entre áreas de vegetação nativa e alteradas; 3) Aumento do conhecimento sobre as dimensões ecológicas, sociais, culturais e econômicas que levam ao abate de onças-pardas e suas presas; 4) Diminuir a retirada de indivíduos de onça-parda da natureza por caça, abate oportunístico e/ou retaliatório; 5) Reduzir impactos negativos causados pelas atividades rurais e pela expansão da malha viária.

Comprimento corpo e cauda: 1,96 m (média).

Peso: Varia de 38 kg a 72 kg.

Dieta: Devido a seu hábito oportunista pode se alimentar de pequenos vertebrados como pacas, tatus, quatis, roedores, aves e répteis até veados, porcos-do-mato, capivaras, jacarés e criações domésticas de médio e pequeno porte.

Número de filhotes: 1 a 6.

Gestação: 82 a 98 dias.

Longevidade: 15 anos (vida livre).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividades: Crepuscular e noturno.

Distribuição geográfica: A onça-parda é o mamífero terrestre de maior extensão de ocorrência na região Neotropical, sendo encontrada originalmente desde o sul do Canadá até o extremo sul do continente sul-americano, com exceção apenas do complexo das ilhas Caribenhas e algumas regiões do Chile.

Habitat: É um dos felinos mais bem adaptados aos diferentes tipos de ambientes, possuindo a habilidade de ocupar todas as zonas biogeográficas do Novo Mundo, exceto a Tundra Ártica. A espécie pode ser encontrada desde florestas úmidas tropicais e subtropicais até florestas temperadas, áreas montanhosas acima de 3.000 m de altitude, pântanos e chacos, e regiões extremamente áridas e/ou frias. Também está adaptada a ambientes abertos de pouca cobertura vegetal, assim como áreas com algum grau de perturbação.

Descrição física: Tem pelagem macia, de coloração bege por todo o corpo à exceção da região ventral que é mais clara. Os filhotes nascem com pintas marrons escuras e olhos azuis. O tamanho e peso variam conforme região de ocorrência. É um animal de corpo delicado e alongado, o que lhe dá muita agilidade. Podem saltar do chão a uma altura de 5,5 m em uma árvore e em um só pulo. 


jaguarundi-adriano-gambarini

Nomes comuns: Jaguarundi, gato-mourisco, gato-vermelho.

Nome em inglês: Jaguarondi, eira cat, otter cat.

Ameaças e conservação: Perda e fragmentação de habitats, principalmente pela expansão agropecuária, assim como a caça cultural ou retaliatória em casos de conflitos com proprietários rurais, atropelamentos e queimadas afetam diretamente a sobrevivência dos indivíduos. Como medidas de conservação é importante: 1) Destacar a utilização dos felinos como “espécies bandeira” em atividades de Educação Ambiental, principalmente no meio rural, com as crianças e trabalhadores rurais como público-alvo; 2) Manutenção ou restauração da conectividade em ambientes com características originais (nativos); 3) Ações para a conservação em áreas privadas; 4) Ampliação das unidades de conservação. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 1,40 m (média).

Peso: 6 kg (média).

Dieta: Mamíferos de pequeno e médio porte (terrestres e arborícolas), aves, serpentes, lagartos e anfíbios.

Número de filhotes: 1 a 4.

Gestação: 63 a 75 dias.

Longevidade: 18,6 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Diurno e crepuscular.

Distribuição geográfica: Ocorre na América do Norte, Central e do Sul. Tem ampla distribuição pelo Brasil, porém ocorre em baixas densidades populacionais.

Habitat: Florestas de planícies e matas, utilizando ambientes florestais primários e secundários, restingas, cerrado, manguezais e plantações de eucalipto.

Descrição física: Felino com um corpo característico: alongado e delgado, com cabeça pequena e achatada, pernas e orelhas curtas e cauda longa. Sua coloração varia do marrom bem escuro passando pelo avermelhado ao bege, sendo que os indivíduos mais escuros estão associados a ambiente de floresta enquanto que os mais claros são comuns em regiões mais secas. 

jaguatirica-adriano-gambarini

Nomes comuns: Jaguatirica, gato-maracajá, maracajá-verdadeiro, maracajá-açu, gato-do-mato.

Nome em inglês: Ocelot.

Ameaças e conservação: A principal ameaça é perda e fragmentação de habitats naturais a qual a espécie depende. O abate de animais para controle de predação em aves domésticas, atropelamentos e transmissão de doenças por carnívoros domésticos também podem representar ameaças. É necessário restabelecer a conectividade dos habitats fragmentados em áreas com maior fragmentação na Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga e adotar medidas retaliatórias contra a caça e o comércio ilegal. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: Varia de 97 cm a 1,45 m.

Peso: Até 18,6 kg.

Dieta: Pequenos e médios mamíferos, como ratos, camundongos, pacas, cutias, tatu, macacos, ungulados e aves, répteis, peixes, moluscos e crustáceos aquáticos.

Número de filhotes: 1 a 4.

Gestação: 70 a 85 dias.

Longevidade: 10 anos (vida livre) e 21,5 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Noturno e crepuscular.

Distribuição geográfica: É encontrado desde o sudoeste do Texas, oeste do México até o norte da Argentina e noroeste do Uruguai. No Brasil, ocorre em todo o território nacional, exceto da região dos pampas no sul do Rio Grande do Sul.

Habitat: Ocorre em uma variedade muito grande de ambientes que vão desde áreas florestadas e pluviais até formações abertas e secas como a Caatinga e Chaco. Pode ser encontrado tanto em ambientes primitivos quanto em ambientes alterados, inclusive em áreas agrícolas e pastagens de pequena monta.

Descrição física: Felino de porte médio e com pelagem espessa, de coloração amarelo-dourada com rosetas escuras dispostas principalmente nas laterais do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras que vão do topo dos olhos à base da caudas. 

gato-maracaja-adriano-gambarini

Nomes comuns: Gato-do-mato, gato-maracajá, gato peludo, maracajá-peludo.

Nome em inglês: Margay.

Ameaças e conservação: A perda e fragmentação de habitats naturais é a principal ameaça às populações. Porém, o abate de animais para controle de predação de aves domésticas é outra ameaça importante, assim como atropelamentos, transmissão de doenças por carnívoros domésticos e a caça. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL. Para a conservação é necessário: 1) Intensificar a fiscalização redução de perda e fragmentação de habitats; 2) Ampliar as áreas protegidas; 3) Conectar os habitats de ocorrência da espécie; 4) Criar um Plano de Ação para a conservação da espécie.

Comprimento total: 97 cm (média).

Peso: 3,3 Kg (média).

Dieta: Predominam pequenos mamíferos (roedores e marsupiais), mas também inclui mamíferos de médio porte (menor que 1,5 Kg), aves e lagartos.

Número de filhotes: 1.

Gestação: 81 a 84 dias.

Longevidade: 24 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Noturno.

Distribuição geográfica: O gato-maracajá é encontrado desde a zona costeira do México até o norte do Uruguai e Argentina e em todo o Brasil, com exceção do estado do Ceará e metade meridional do Estado do Rio Grande do Sul. No estado do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe é encontrado apenas na Mata Atlântica costeira.

Habitat: Ocorre em todos os biomas do Brasil, mas é predominantemente associado a ambientes de floresta, desde formações densas contínuas a pequenos fragmentos em ecossistemas savânicos, de matas primitivas a degradadas.

Descrição física: A espécie se caracteriza por apresentar olhos bem grandes e protuberantes, focinho saliente, patas grandes e cauda bastante comprida. As patas traseiras têm articulações especialmente flexíveis, permitindo rotação de até 180 graus, o que lhe dá a rara habilidade entre os felinos de descer de uma árvore de cabeça para baixo. A coloração varia entre amarelo acinzentado e castanho-amarelado, com tonalidades intermediárias. O padrão de manchas é variável, de pintas sólidas a bandas longitudinais. Leopardus wiedii é menor que Leopardus geoffroyi, com pelagem mais macia, pelos mais compridos e cauda mais longa que a dos outros pequenos felinos. 

gato-macambira-cenap

Nomes comuns: Gato-do-mato, gato-do-mato-pequeno, pintadinho, mumuninha, gato-lagartixeiro, chué, gato-maracajá-mirim, maracajá-i, gato-maracajá.

Nome em inglês: Oncilla, little spotted cat, northern tiger cat.

Ameaças e conservação: Perda e a fragmentação dos habitats naturais, abate de animais para controle de predação de aves domésticas, atropelamentos, transmissão de doenças por carnívoros domésticos e o comércio de peles. Ações de conservação são necessárias, como: 1)Aumentar o nível de conhecimento sobre a espécie; 2) Restabelecer a conectividade dos habitats fragmentados; 3) Adotar ações voltadas para a conservação fora das Unidades de Conservação, as quais incluiriam educação ambiental, conectividade, controle de doenças e de predação; 4) Fazer o manejo das populações em cativeiro; 5) Adotar medidas retaliatórias contra a caça e o comércio ilegal; 6) Implementar o Plano de Ação Nacional para Conservação da espécie. Está classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie EM PERIGO.

Comprimento total: 77 cm (média).

Peso: 2,4 Kg (média).

Dieta: É especialmente composta por mamíferos muito pequenos (menos de 100 g), aves e répteis. Mamíferos como cutias e pacas, também chegam a fazer parte da dieta. A média consumida está em torno de 150 g.

Número de filhotes: 1 a 4.

Gestação: 73 a 78 dias.

Longevidade: 21,9 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Noturno e crepuscular.

Distribuição geográfica: É encontrado no norte e nordeste do Brasil, e também nas Guianas e Venezuela.

Habitat: Ocorre numa grande variedade de ambientes, das florestas pluviais densas da Mata Atlântica e Amazônia, às áreas secas quase sem chuva da Caatinga nordestina. No Brasil estes ambientes incluem vegetação costeira das restingas, as diversas formas de florestas tropicais e sub-tropicais, assim como diversas fisionomias do Cerrado e da Caatinga. No Pantanal, sua presença parece estar restrita às áreas mais secas, de cerrado (savana).

Descrição física: É a menor espécie de felino do Brasil. Possui porte e proporções corporais semelhantes ao gato doméstico. Possui pelo curto e grosso com coloração castanho claro ao cinza e manchas marrom escuro com um esboço preto formando rosetas. O ventre é mais pálido que o resto do corpo, mas marcado com rosetas. A cauda é forrado com 7 a 13 anéis escuros e termina com uma ponta escuro. Os membros estão cobertos de manchas pretas colocadas aleatoriamente, e a parte de trás das orelhas são pretas com uma mancha branca perto do centro do pavilhão auricular. Embora o melanismo foi documentado nesta espécie, não existe albinismo. Recentemente, por meio de estudos moleculares, a espécie foi dividida em duas: Leopardus tigrinus e Leopardus guttulus, no Brasil.

gato-do-mato-pequeno-beatriz-biesiegel

Nomes comuns: Gato-do-mato-pequeno.

Nome em inglês: Southern tiger cat.

Ameaças e conservação: Caça para o comércio de peles, destruição das florestas, população reduzida devido a fragmentação e conversão de habitat natural em plantações e pastagens e restrito conhecimento sobre sua biologia. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 83,5 cm (média).

Peso: 1,5 Kg a 3 Kg.

Dieta: Composta por mamíferos muito pequenos (menos de 100 g), aves e répteis.

Número de filhotes: 1 a 4.

Gestação: 73 a 78 dias.

Longevidade: 11 anos.

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Noturno e diurno.

Distribuição geográfica: Ocorre nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, além do Paraguai e nordeste da Argentina, ocupando geralmente ambientes variados, desde áreas mais abertas àquelas com vegetação densa.

Habitat: Ocupa vários ambientes, desde áreas mais abertas à vegetação densa.

Descrição física: Junto com Leopardus tigrinus é o menor gato silvestre da América do Sul, com tamanho semelhante ao de um gato doméstico. A coloração é bem variável, com tonalidades entre o amarelo-claro e o castanho-amarelado. O melanismo também é comum na espécie. A pelagem dessa espécie, comparada com L. tigrinus, tende a tons mais escuros e com rosetas maiores e mais arredondadas, além de ser levemente mais encorpada, com uma cauda mais grossa e orelhas menores e mais arredondadas. A pelagem da barriga é pálida coberta com manchas escuras. As orelhas são pretas na porção posterior, com uma mancha central branca. A cauda equivale a 60% do comprimento da cabeça e corpo. Os pelos são todos voltados para trás, inclusive os da cabeça e nuca. Recentemente, por meio de estudos moleculares, a subespécie Leopardus tigrinus guttulus foi elevado para espécie.

 


gato-do-mato-grande-charles-barileaux

Nomes comuns: Gato-do-mato-grande, gato-do-mato.

Nome em inglês: Geoffroy’s cat.

Ameaças e conservação: Sabe-se pouco sobre as ameaças no Brasil. Porém, as principais identificadas são: caça para obtenção da pele (internacionalmente, esta espécie é a segunda mais perseguida para comercialização da pele); retaliação por predação de animais domésticos; predação por cachorros domésticos; atropelamento; perda da cobertura vegetal original. Na região central do Rio Grande do Sul foi identificada uma faixa de hibridização com Leopardus tigrinus e, recentemente, a hibridização com gatos domésticos para comercialização dos indivíduos como animal de estimação. As medidas de conservação que podem ser aplicadas são: 1) Utilizar espécies de felinos como “espécies-bandeiras” em atividades de Educação Ambiental, especialmente com crianças e trabalhadores rurais; 2) Manutenção ou restauração da conectividade de fragmentos com vegetação nativa; 3) Criação e ampliação de unidades de conservação no bioma Pampa. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 94 cm (média).

Peso: 4,6 kg (média).

Dieta: Constituída em sua grande parte por vertebrados, principalmente mamíferos como pequenos roedores, marsupiais, aves. Presas de porte maior também são consumidas como a viscacha, ratão-do-banhado e lebre.

Número de filhotes: 2 a 3.

Gestação: 76 a 78 dias.

Longevidade: 23 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Noturno e diurno.

Distribuição geográfica: Ocorre na porção centro-sul da América do Sul, do Uruguai e sul do Brasil até a região andina da Bolívia e norte da Argentina, abrangendo também a região do Chaco no oeste do Paraguai e toda a Argentina até a Patagônia, inclusive no sul chileno.

Habitat: No Brasil, chega a ser encontrado em áreas consideravelmente impactadas por atividades agrícolas de pequena monta. Tolera algum grau de alteração do ambiente, produzido pelo manejo de criações domésticas. No sul do Chile pode ser encontrado nas áreas com vegetação densa, arbustiva e arbórea em altitudes desde o nível do mar até 3.300 m no bioma Pampa.

Descrição física: A pelagem tem coloração que varia do cinza claro ao ocre, recoberta por um grande número de pequenas manchas negras. O dorso e as patas possuem pequenas listras negras e a cauda é anelada. 

gato-palheiro-adriano-gambarini

Nomes comuns: Gato-palheiro, gato-dos-pampas.

Nome em inglês: Pantanal cat, pampas cat.

Ameaças e conservação: Perda de habitat provocada principalmente pela expansão agrícola e pela silvicultura, queimadas, atropelamentos, predação por cães domésticos, caça retaliatória ou preventiva e envenenamento, como caça por retaliação. Como medidas de conservação é importante: 1) Destacar a utilização de felinos como “espécies bandeira” em atividades de Educação Ambiental, principalmente no meio rural, focalizando as crianças e trabalhadores rurais; 2) Manutenção ou restauração da conectividade em ambientes com características originais; 3) Ações para a conservação em áreas privadas; 4) Ampliação das UCs, sobretudo na região do Pampa, onde são muito escassas. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 88,5 cm (média).

Peso: 3 a 4 Kg.

Dieta: Principalmente pequenos mamíferos, aves, lagartos, serpentes e insetos.

Número de filhotes: 1 a 3.

Gestação: 80 a 85 dias.

Longevidade: 19,6 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Crepuscular e noturno.

Distribuição geográfica: Apresenta uma ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo principalmente em regiões com predomínio de vegetação do tipo campestre e savana, desde campos de altitude até a região andina do Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai. No Brasil, a espécie é registrada na região centro-oeste e sudeste (Mato Grosso do Sul, sul-sudeste do Mato Grosso, Goiás, Tocantins, sul do Maranhão e Piauí, oeste da Bahia, oeste-noroeste de Minas Gerais e oeste de São Paulo) e na região sul (metade sul do estado do Rio Grande do Sul).

Habitat: É a espécie de felino sul-americano que frequenta a maior quantidade de habitats diferentes, não somente áreas abertas, mas também florestas, desde o nível do mar até aproximadamente os 5000 m. Pode ser encontrado em ambientes alterados, como áreas de cultivos agrícolas, além de áreas limítrofes campos-áreas agricultáveis e cerrado-pastos.

Descrição física: Corpo com pelos longos e coloração que vai do vermelho alaranjado ao cinza. Possui listras de forma irregular nas patas e laterais do corpo. 

Canidae

Os representantes da família Canidae apresentam, de forma geral, corpo e cauda peludos, e patas adaptadas a uma vida cursorial. Na cabeça, o focinho é alongado e em algumas espécies, as orelhas pontudas e grandes. A dentição é composta por 42 dentes e é característica pelos caninos bem desenvolvidos e proeminentes.

As patas anteriores e posteriores possuem quatro dígitos, sendo que nas anteriores há presença de um quinto, vestigial, posicionado internamente. As garras são robustas e não retráteis. O padrão de locomoção é digitígrado.

A maioria das espécies possui hábito crepuscular-noturno e não apresenta uma associação social complexa; são solitários, podendo ser observados eventualmente em pares ou grupos maiores (4 ou 5 indivíduos), formados pelos pais e jovens ou sub-adultos em fases precedentes à dispersão. Acredita-se serem totalmente ou parcialmente monogâmicos. A prole é numerosa e os filhotes permanecem um grande período com os pais. Os sentidos são bem apurados, principalmente o olfato e a audição; algumas espécies também enxergam muito bem.

Os canídeos brasileiros ocupam uma grande variedade de hábitats desde áreas florestais da amazônia aos campos sulinos, no entanto quase todas as espécies são encontradas amplamente em áreas savanânicas. A dieta é predominantemente onívora entre a maioria das espécies, e muito variada, incluindo ítens animais e vegetais (uma ampla variedade de frutos).

No Brasil, é representada por cinco gêneros constituídos de seis espécies.

lobo-guara-adriano-gambarini

Nomes comuns: Lobo-guará, lobo-de-crina, lobo-de-juba, lobo-vermelho, lobo.

Nome em inglês: Maned wolf.

Ameaças e conservação: Mortalidade devido a atropelamento, perda do hábitat, perseguição devido a conflitos com produtores rurais e possíveis doenças transmitidas por cães domésticos.  Como medidas para a conservação, o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Lobo-Guará, tem o objetivo: 1) Promover a integração entre instituições de pesquisa, agências de fomento e de financiamento, poder público, organizações da sociedade civil e instituições mantenedoras; 2) Caracterizar, avaliar e gerir o impacto de alterações ambientais sobre as populações de lobo-guará; 3) Aumentar a efetividade da educação para a conservação do lobo-guará; 4) Reduzir conflitos entre as comunidades e o lobo-guará. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 1,49 m (média).

Peso: 34 Kg.

Dieta: É uma espécie onívora generalista e oportunista com variação sazonal na alimentação. Consome uma grande diversidade de frutos, como a lobeira (Solanum lycocarpum), a qual dispersa as sementes pelas fezes, e pequenos vertebrados, como roedores, marsupiais, tatus, aves, répteis, bem como artrópodes. Podem incluir em sua alimentação presas de maior porte como veado-campeiro, raposa-do-campo, cachorro-do-mato, tamanduás-bandeira e porcos-do-mato.

Número de filhotes: 1 a 5.

Gestação: 60 a 65 dias.

Longevidade: 10 a 12 anos (vida livre) e 22 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Crepuscular e noturno.

Distribuição geográfica: Se distribuíam amplamente pelas áreas de campos e Cerrados da região central da América do Sul, indo dos limites do nordeste brasileiro, sudoeste Peruano, norte e leste da Bolívia e Chaco paraguaio. No Brasil, ocorre principalmente no Cerrado, até a região de transição com a Caatinga, mas também ocorre na porção leste do Pantanal e nos campos gerais no sul do país.

Habitat: Ocorre em áreas abertas de campos e matas de capoeira podendo habitar áreas de campos e planícies onduladas, bem como regiões de brejo e baixadas alagadas. Devido ao desmatamento da floresta atlântica, vem ampliando seu território uma vez que áreas abertas e capoeiras vão surgindo.

Descrição física: Caracterizado pela pelagem dourada-avermelhada, porém negra nas patas, focinho e nos pelos da nuca, formando uma densa crina. A garganta, interior das orelhas e cauda são brancas. As orelhas são grandes e eretas e os membros alongados. 

cachorro-vinagre-adriano-gambarini

Nomes comuns: Cachorro-vinagre, cachorro-do-mato-vinagre.

Nome em inglês: Bush dog.

Ameaças e conservação: Perda e degradação de habitat causados por desmatamento, exploração madeireira, adensamento humano, perda de base de presas (causada pelos mesmos fatores e pela caça direcionada às presas da espécie), atropelamentos e doenças (raiva, parvovirose, sarna sarcóptica) que podem ser adquiridas de animais domésticos. Não existem medidas de conservação específicas para a espécie, porém, recomenda-se: 1) Garantir a conectividade entre as áreas protegidas; 2) Assegurar a existência de Unidades de Conservação com tamanho suficientemente grande para garantir a sobrevivência de populações; 3) Verificar sua distribuição no Brasil e em países vizinhos; 4) Determinar se as ocorrências em áreas extremamente fragmentadas correspondem a populações estáveis ou a grupos isolados; 5) Criar e garantir a manutenção de corredores em áreas fragmentadas onde ocorra a espécie; 6) Divulgar a existência da espécie para a população em geral; 7) Controlar a caça predatória e conscientizar a população, principalmente a rural, do perigo que cães domésticos, especialmente aqueles treinados para caça, representam à espécie; 8) Promover campanhas de vacinação, controle populacional e posse responsável de cães domésticos em áreas onde a espécie ocorre especialmente nas proximidades de Unidades de Conservação. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 80 cm (média).

Peso: 4 a 7 Kg.

Dieta: Exclusivamente carnívora, tendo como principal presa o tatu-galinha e outros como paca, cutias, roedores menores, aves terrestres e também animais de grande porte como veados e catetos.

Número de filhotes: 1 a 6.

Gestação: 65 a 80 dias.

Longevidade: 14,1 anos (cativeiro).

Estrutura social: Vivem em grupos de 2 a 12 indivíduos.

Padrão de atividade: Diurno.

Distribuição geográfica: Ocorre do Panamá ao sul do Brasil (norte do Paraná), Paraguai e norte da Argentina, oeste da Bolívia, Peru e Equador. No norte do Brasil, nos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Ceará e Tocantins, a espécie é amplamente distribuída, porém suas ocorrências são fragmentadas.

Habitat: Predominantemente florestal e de hábitat intacto, possuindo as adaptações para este tipo de ambiente, porém, dados recentes mostram que os animais também podem utilizar ambientes perturbados e podem utilizar áreas preservadas abertas na mesma proporção que as florestais e áreas de interflúvios, distantes de cursos de água.

Descrição física: Corpo compacto, pernas curtas e robustas, orelhas arredondadas, cauda curta e amplo repertório vocal. Coloração castanho avermelhada, com o dorso mais claro que o ventre. A cabeça apresenta coloração mais clara, que pode se estender até a metade do dorso. Não apresentam marcações faciais. Possuem membranas interdigitais, sendo mais plantígrados que os demais canídeos. Podem deixar marcas de um quinto dígito.

cachorro-do-mato-de-orelha-curta-cuddeback

Nomes comuns: Cachorro-do-mato-de-orelha-curta, cachorro-do-mato. 

Nome em inglês: Short-eared dog.

Ameaças e conservação: Perda de habitat; retaliação por poder predar aves domésticas; também ocorre caça não motivada por retaliação; atropelamento; parvovirose e cinomose, presentes em cães domésticos, representam risco de contaminação. Não existem medidas específicas de proteção para esta espécie havendo necessidade de desenvolver estudos de densidade populacional e área de vida da espécie no Brasil. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 1,15 m (média).

Peso: 9 e 10 Kg.

Dieta: Carnívoro generalista. Frutos, insetos, mamíferos pequenos e médios, aves, répteis, anfíbios, caranguejos, peixes e carniça.

Número de filhotes: 2 a 3.

Gestação: Desconhecido.

Longevidade: 11,9 anos (cativeiro)

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Diurno e noturno.

Distribuição geográfica: Ainda não é perfeitamente conhecida. Registrado em locais dispersos na Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil até o norte do Mato Grosso.

Habitat: Ocorre em florestas não perturbadas de terras baixas na Amazônia, incluindo florestas de terra firme, florestas alagadas, florestas com predominância de bambus e florestas pioneiras ao longo dos rios, parecendo preferir habitats ripários. Existem poucos registros em habitats marginais à Floresta Amazônica de terras baixas, não sendo possível definir se a espécie é capaz de ocupar estes ambientes. Na região de Alta Floresta, no arco do desmatamento do Mato Grosso, foram obtidos sete registros independentes da espécie, mas somente em áreas de floresta contínua.

Descrição física: É um canídeo de médio porte, com focinho longo e afilado, orelhas relativamente curtas e arredondadas, cabeça grande, pernas longas e a cauda longa e grossa. Pelagem grossa que pode ser preta, castanha e cinza arruivada, apresentando variações individuais. Há membranas interdigitais e avistamentos em rios sugerem uma intensa associação com corpos d’água.

cachorro-do-mato-joares-may

Nomes comuns: Cachorro-do-mato, mata-virgem, raposa, lobinho, graxaim, graxaim-do-mato, lobete, rabofofo, guancito, fusquinho.

Nome em inglês: Crab-eating fox, crab-eating zorro, common zorro, savannah zorro.

Ameaças e conservação: Retaliação/prevenção à predação de animais domésticos (frequentemente é vítima de envenenamento e tiros), confrontos com cachorros domésticos, doenças adquiridas de animais domésticos (sarna sarcóptica, cinomose, raiva, parvovirus, Leishmania spp. e Leptospira interrogans), atropelamentos. Na caatinga, sua gordura é considerada, pelo conhecimento tradicional, útil no tratamento de prolapso uterino de animais de criação, o que representa mais uma razão de mortalidade da espécie. Não há ações de conservação específicas. Ações necessárias incluem: 1) Medidas de prevenção de atropelamentos ao longo de toda a malha viária asfaltada nacional (lombadas, valetas, passagens de fauna, lombadas eletrônicas, radares, placas sinalizadoras e aumento da fiscalização); 2) Estudos e campanhas preventivas contra o efeito de doenças adquiridas de animais domésticos; 3) Ações de fiscalização, prevenção e educação que reduzam sua mortalidade em função de conflitos com animais domésticos e retaliação à predação de criações domésticas. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 97 cm (média).

Peso: 6,5 Kg (média).

Dieta: São onívoros e oportunistas. Alimentam-se de frutos, insetos, crustáceos, pequenos mamíferos, aves, répteis, anfíbios e ovos de diversas espécies; podem atuar como dispersores de sementes, tanto de frutas nativas como cultivadas e alimentar-se de carcaças de animais domésticos, como bovinos e espécie silvestres, como o tamanduá-bandeira e o gato-mourisco.

Número de filhotes: 3 a 6.

Gestação: 52 a 59 dias.

Longevidade: 12,7 anos (cativeiro).

Estrutura social: São monogâmicos, vivendo em casais ou grupos familiares estendidos.

Padrão de atividade: Predominantemente crepuscular e noturno.

Distribuição geográfica: Norte da Colômbia, Venezuela, na maior parte do Brasil com exceção de parte da Amazônia, em todo o Paraguai, no norte da Argentina, em todo o Uruguai, e na Bolívia nas encostas a leste dos Andes com poucos registros no Suriname e na Guiana. Recentemente a espécie foi registrada pela primeira vez no Panamá.

Habitat: É generalista e flexível. Prefere bordas e ambientes mais abertos a matas densas. Utiliza florestas ombrófilas, decíduas e semidecíduas, florestas de galeria, várzeas, encraves de áreas abertas na Amazônia, florestas de altitude até 3.000 m e restinga, ocorrendo nos biomas Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampas, Pantanal e na Floresta Amazônica Oriental. Tolera perturbações antrópicas, como canaviais, plantações de eucaliptos, cultivos de frutas, pastagens, hábitats em regeneração e paisagens suburbanas.

Descrição física: Canídeo brasileiro mais conhecido, de coloração marrom acinzentado com tons amarelados, metade das pernas pretas. Cauda média, com pelos longos e coloração preta. As orelhas são curtas e avermelhadas.

 

raposa-do-campo-fernanda-cavalcanti-de-azevedo

Nomes comuns: Raposa-do-campo, raposinha, raposinha-do-campo.

Nome em inglês: Hoary fox, hoary zorro, small-toothed dog.

Ameaças e conservação: Destruição de hábitat, ações antrópicas, expansão da fronteira agropastoril, supressão de habitats, crescimento dos centros urbanos, crescente exploração da madeira para fornecimento de carvão, expansão da malha viária e ferroviária, atropelamentos, ataques por cães domésticos, transmissão de patógenos (pela proximidade com animais domésticos) como cinomose, parvovirose canina. Não há ações de conservação específicas. Ações necessárias incluem: 1) Priorizar a proteção dos habitats adequados à sobrevivência, específicos do bioma Cerrado; 2) Realização de um Plano de Ação Nacional (PAN) para a conservação da raposa-do-campo. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 90 cm (média).

Peso: 2 a 4 Kg.

Dieta: Carnívoro insetívoro-onívoro, que utiliza cupins como a base de sua alimentação. Também consome besouros, gafanhotos, pequenos mamíferos, lagartos, serpentes, anuros, aves, frutos silvestres e exóticos (pode ser considerado um dispersor de sementes devido à alta diversidade de frutos consumidos e à elevada presença de sementes intactas nas fezes).

Número de filhotes: 2 a 5.

Gestação: 50 dias.

Longevidade: 12,6 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Crepuscular e noturno.

Distribuição geográfica: Endêmica do Brasil. Estende-se do centro-nordeste e oeste do estado de São Paulo ao norte do Piauí e médio-leste do Maranhão, incluindo os estados do Mato Grosso (centro-sul) e Mato Grosso do Sul, sul de Rondônia, Goiás, Tocantins, Distrito Federal, sudoeste da Bahia, e centro-oeste de Minas Gerais.

Habitat: Áreas de vegetação savânica do Cerrado com planícies e chapadões bem drenados, preferindo fisionomias de campos ou com vegetação mais rala e espaçada como os campos limpos, campos sujos e campos cerrados. Pode ser encontrada em zonas de transição, incluindo hábitats abertos no Pantanal.

Descrição física: Canídeo de porte pequeno, com focinho curto e dentes pequenos. Pelo é curto e de coloração acinzentada tendo a parte inferior clara e as orelhas e pernas são avermelhadas. 

graxaim-do-campo-carlos-benhur-kasper

Nomes comuns: Graxaim-do-campo, raposa-do-campo.

Nome em inglês: Pampas fox, azara’s fox, azara’s zorro, renard d’azara.

Ameaças e conservação: Transformação do hábitat em áreas agrícolas, predação por cães domésticos, são suscetíveis à parvovirose, cinomose, coronavírus, brucelose e outras doenças, atropelamentos e caça em retaliação à predação suposta de animais domésticos. Não possui nenhuma ação concreta de conservação, mas há necessidade de obtenção de informação sobre: 1) Sobreposição da distribuição, área de vida e dieta com Lycalopex vetulus; 2) Potencial hibridização com Lycalopex vetulus; 3) Impacto da perda de indivíduos por retaliação e atropelamento; 4) Análise quantitativa e qualitativa sobre a predação sobre ovinos; 5) Área de vida, período reprodutivo e uso de habitat; 6) Interações interespecíficas com Cerdocyon thous. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 95 cm (média).

Peso: 3 a 6,5 Kg.

Dieta: Onívoro. Alimenta-se de espécies exóticas como a lebre (Lepus europaeus); de pequenos roedores até roedores do porte de preás (Cavia spp.), aves das ordens Tinamiformes, Passeriformes e Columbiformes, frutas nativas e exóticas, insetos, carniça, tatus, gambás, lagartos, peixes, moluscos, caranguejos e escorpiões.

Número de filhotes: 1 a 8.

Gestação: 55 a 60 dias.

Longevidade: 14 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Crepuscular e noturno.

Distribuição geográfica: Leste da Bolívia, oeste e centro do Paraguai, Uruguai, norte e centro da Argentina, e sul do Brasil. No Brasil, ocorre nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Habitat: Áreas abertas, como as planícies dos Pampas e habitats sub-úmidos a secos, mas utilizam também a Puna, campos limpos, florestas tropicais andinas, floresta semidecídua baixo montana, Monte Argentino, floresta de Chaco, bosques secos, bosques abertos, brejos, pantanais, dunas costeiras, pastos e terras de agricultura.

Descrição física:  Canídeo de tamanho médio com pelagem acinzentada. No alto da cabeça e pernas a coloração é marrom ferrugínea e as orelhas triangulares são largas erelativamente grandes, com focinho preto e afilado. O pelo é curto e a cauda é longa e espessa e tem dois pontos negros, um no lado superior na base e outro na ponta.

 

 

Mustelidae

Os representantes da família Mustelidae apresentam características bem distintas em relação a outras famílias e dentro da própria família.  Possuem porte geralmente pequeno, e com dimorfismo sexual onde os machos são um quarto maior que as fêmeas. De forma geral, possuem o corpo alongado com membros curtos e caudas relativamente longas.

Cada pata possui cinco dedos, com garras compridas, recurvadas e não retráteis, digitígrados e semi-plantígrados. A cabeça é pequena e comprida e os olhos e orelhas são pequenos. Nas espécies ligadas a água, como as lontras e ariranhas, possuem membrana interdigital. A família apresenta uma grande variedade de adaptações dentárias. A maioria das espécies é altamente carnívora (Eira barbara é onívora), mas a dentição é composta por 34 dentes.

As espécies eventualmente formam grupos familiares, pares ou mais comumente possuem hábito solitário. Podem apresentar padrões de locomoção terrestre, arbóreo e aquático. Algumas utilizam comumente tocas e buracos, sendo a própria configuração corpórea uma vantagem adaptativa ao deslocamento dentro de túneis. A audição e o olfato são bem desenvolvidos.

Apresenta seis espécies no Brasil pertencentes a cinco gêneros.

ariranha-caroline-leuchtenberger

Nomes comuns: Ariranha, lontra gigante, onça-d’água.

Nome em inglês: Giant otter, giant brazilian otter.

Ameaças e conservação: Destruição do habitat, superexploração da pesca, contaminação dos corpos d’água (com mercúrio, agrotóxicos e outros compostos poluentes), caça ilegal, zoonoses possivelmente transmitidas por animais domésticos, roubo de filhotes para comercialização ilegal como animais de estimação, conflitos com pescadores (abate de indivíduos por retaliação) e atividades de turismo realizadas de maneira irregular podendo alterar o padrão de atividade e o comportamento da espécie, levando os grupos a abandonarem seus territórios. Construção de usinas hidrelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) também é uma ameaça potencial. O Plano de Ação Nacional para Conservação da Ariranha (PAN Ariranha) tem como objetivo geral conservar as populações de Ariranha nas suas áreas de distribuição atual e iniciar a recuperação da espécie em sua área de distribuição histórica. As metas estabelecidas no plano são: 1) Minimizar conflitos entre populações humanas e ariranhas; 2) Aumentar o conhecimento sobre a biologia e a ecologia da espécie; 3) Estabelecer um programa de conservação em cativeiro; 4) Regulamentar as atividades turísticas nas áreas onde ariranhas ocorrem; 5) Favorecer a proteção e conectividade das populações; 6) Avaliar a viabilidade de recolonização em parte de sua distribuição histórica. É classificado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014) como espécie VULNERÁVEL.

Comprimento total: 180 cm (média).

Peso: 26 Kg.

Dieta: Peixes, podendo consumir pequenos mamíferos, aves, répteis e eventualmente invertebrados.

Número de filhotes: 1 a 6.

Gestação: 52 a 70 dias.

Longevidade: 20 anos (cativeiro) e 15 anos (vida livre). 

Estrutura social: Grupos familiares de até 17 indivíduos.

Padrão de atividade: Diurno.

Distribuição geográfica: Endêmica da América do Sul. No Brasil, apresentava ampla distribuição, desde o Rio Grande do Sul até a Amazônia, com exceção da região semi-árida da Caatinga, estando presente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica.

Habitat: Semi-aquático, habita diversos tipos de rios, córregos, lagos, várzeas de rios e florestas inundadas na época de cheia em regiões sazonalmente alagáveis. Constroem locas, latrinas e campsites ao longo de seus territórios. As locas são construídas nos barrancos dos corpos d’água, protegidas por raízes ou árvores caídas. Latrinas comunitárias são utilizadas para a deposição de fezes e urina, exercendo um importante papel na marcação territorial, podendo estar localizadas nos campsites ou próximas às entradas das locas. Os campsites são áreas ao longo dos barrancos, construídos geralmente em regiões sombreadas, utilizados regularmente para marcação territorial e descanso diurno. Cada grupo familiar mantém geralmente de um a oito campsites, que normalmente estão agrupados em áreas de alimentação. 

Descrição física: Maior lontra do mundo. Apresenta marcações brancas na garganta individualizando os indivíduos. A cauda é achatada em forma de remo, para auxiliar na natação. Pelos curtos com coloração marrom ou castanho e pés largos e com membranas unindo os dedos.

 

lontra-caroline-leuchtenberger

Nomes comuns: Lontra, lontra neotropical, lobinho de rio, lontrinha.

Nome em inglês: Neotropical otter, long-tailed otter, neotropical river otter, south american river otter.

Ameaças e conservação: Comercialização da pele, conflitos de piscicultores e pesque-pagues (resultando na perseguição e morte de indivíduos como forma de minimizar os problemas), fragmentação de habitat, poluição da água e redução dos estoques pesqueiros, retirada de filhotes da natureza para serem usados como animais domésticos, transmissão de doenças por cães domésticos e atropelamentos. A construção de usinas hidrelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) são ameaças potenciais. Bioacumulação de mercúrio e outros metais pesados na cadeia alimentar da espécie, em virtude da poluição no ambiente aquático, também é uma ameaça. O PAN Ariranha, apesar de ter ênfase em Pteronura brasiliensis, abrange metas para a conservação de lontra, tendo como objetivo geral conservar as populações de lontra nas suas áreas de distribuição atual. Em 1990 a IUCN (International Union for Conservation of Nature) publicou um Plano de Ação para Conservação para todas as espécies de lontras e nesse documento foram levantados pontos prioritários para conservação como: 1) Estudar a distribuição atual das espécies; 2) Estudar a biologia e ecologia com fins de conservação; 3) Monitorar as populações existentes em áreas protegidas; 4) Estabelecer novas áreas protegidas para as espécies e planejar meios para reduzir os conflitos entre lontras e piscicultores; 5) Recuperação e preservação de matas ciliares e habitats ribeirinhos e dos corpos d’água utilizados; 6) Desenvolvimento de pesquisas que contemplem estudos sobre parâmetros populacionais em diferentes biomas; 7) Avaliação de conflitos com pescadores e criadores comerciais; 8) Estudos sobre os potenciais impactos de empreendimentos hidrelétricos na ecologia e comportamento; 9) Desenvolvimento de estratégias de educação ambiental e sensibilização em áreas de conflitos e da definição de corredores ecológicos entre Unidades de Conservação. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 111 cm (média).

Peso: 5 a 15 Kg.

Dieta: Peixes e crustáceos, podendo incluir outros grupos de vertebrados, invertebrados e até frutos.

Número de filhotes: 1 a 5.

Gestação: 56 a 86 dias.

Longevidade: 27 anos (cativeiro).

Estrutura social: Hábitos solitários, embora possam ser observados pequenos grupos compostos de fêmeas e filhotes.

Padrão de atividade: Diurno, podendo apresentar um regime de vida crepuscular e noturno, diante de distúrbios antrópicos no ambiente.

Distribuição geográfica: Do México até o norte da Província de Buenos Aires na Argentina, passando por todos os países das Américas do Sul e Central, com exceção do Chile. Pode ocorrer em ambientes aquáticos continentais e marinhos a até 3.000 m de altitude. No Brasil pode habitar os biomas Amazônico, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos.

Habitat: Vive em locais próximos a corpos d’água, estando presente em rios, córregos, lagos, igarapés, igapós, estuários, manguezais e enseadas marinhas. Prefere ambientes de águas claras, com fluxo de água intenso e parece estar associada à presença de corredeiras. Podem viver em áreas de florestas úmidas e decíduas, com boas condições de vegetação ribeirinha e com abundância de locais potenciais para tocas e áreas de descanso. 

Descrição física: Possui orelhas pequenas e as narinas podem fechar enquanto mergulha. A coloração é marrom com pelagem curta e densa. A cauda é flexível, musculosa e serve como leme durante o deslocamento na água. As pernas são curtas e os pés possuem membranas entre os dedos, para auxiliar na natação. 

 

doninha-amazonica-priscilla-barrett

Nomes comuns: Doninha, doninha-amazônica.

Nome em inglês: Amazon weasel, tropical weasel.

Ameaças e conservação: Pouco se conhece sobre suas ameaças. No entanto, pode-se inferir que a perda e alteração do habitat podem ser consideradas como grandes ameaças a espécie. Não existem ações de conservação para esta espécie. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 54,8 cm.

Peso: Sem dados.

Dieta: Coelhos, lebres e roedores.

Número de filhotes: Sem dados.

Gestação: Sem dados.

Longevidade: Sem dados.

Estrutura social: Solitário, mas foi registrado um grupo de quatro indivíduos se movendo por entre galhos.

Padrão de atividade: Diurno e noturno.

Distribuição geográfica: Ocorre na bacia Amazônica do Brasil, Equador e Peru. Há registros desta espécie em Unidades de Conservação do Acre, no Parque Nacional da Serra do Divisor (segundo relatos de moradores locais), no Rio Juruá e no município de Humaitá, no Amazonas e no Pará, no distrito florestal do Marco da Lagoa, Rio Tapajós.

Habitat: Espécie terrestre, mas possui habilidade para escalar e nadar. Vive principalmente em áreas de florestas ripárias úmidas, apesar de ser encontrada em áreas secas e abertas, florestas de terra firme e florestas com alta elevação.

Descrição física: Possui corpo alongado, cabeça larga, focinho estreito e olhos e orelhas pequenos. A cauda é peluda e um pouco menor que o corpo. As patas são nuas na parte de baixo e apresentam membranas interdigitais. A pelagem no dorso, laterais do corpo e porção anterior dos membros é castanho escuro e castanho claro a bege-amarelado no ventre e na porção posterior dos membros, com uma estreita faixa marrom na parte mediana. A cauda é de coloração castanha.

Observação: Espécie com menos informações dentre os carnívoros brasileiros, inclusive imagens em vida livre. A ilustração foi obtida do livro Carnivores Of The World.

 

irara-tom-ulrich

Nomes comuns: Irara, papa-mel.

Nome em inglês: Tayra, greyheaded tayra.

Ameaças e conservação: Perda do habitat é identificada como principal ameaça; conflitos com avicultores, apicultores e agricultores em função dos danos causados em colmeias artificiais, predação de galinhas, pomares e cultivos de frutas (especialmente abacaxi), resultam no abate por retaliação; proximidade com animais domésticos pela competição por recursos; contaminação por doenças domésticas e atropelamentos. O governo brasileiro não tem medidas de conservação específicas para a espécie em nível nacional. Durante a Oficina de Avaliação do Estado de Conservação dos Mamíferos Carnívoros do Brasil, considerou-se necessário a realização de estudos sobre a densidade populacional e as consequências, para as suas populações, dos conflitos com humanos. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 104 cm (média).

Peso: 3,7 a 11,1 Kg.

Dieta: Onívoro oportunista. Alimenta-se de frutas, insetos, mel e pequenos vertebrados (a maioria arborícola), aves, pequenos mamíferos (roedores, lagomorfos, primatas), podendo também predar mamíferos de maior e menor porte, como Mazana e preguiça, respectivamente.

Número de filhotes: 1 a 4.

Gestação: 63 e 70 dias.

Longevidade: 22,3 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário, em pares ou grupos pequenos a grandes de até 20 indivíduos.

Padrão de atividade: Diurno e crepuscular.

Distribuição geográfica: Do centro do México até norte da Argentina. No Brasil ocorre na Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga e Pantanal, sendo mais comum em áreas de vegetação densa.

Habitat: Regiões tropicais e subtropicais com vegetação em estágio primário ou secundário. A espécie apresenta um forte padrão arborícola, podendo habitar área de dossel, embora também seja uma boa nadadora.

Descrição física: Corpo comprido com membros curtos e cauda grossa. A cor da pelagem é marrom, mas varia de acordo com a região geográfica. Na cabeça e pescoço a coloração tende a ficar marrom mais claro ou quase branca. 

 

furao-grande-regis-cavignaux

Nomes comuns: Furão grande, furão maior.

Nome em inglês: Greater grison.

Ameaças e conservação: Desmatamento, exploração madeireira, poços de petróleo e construção de estradas, caça, construção de barragens, alterações de habitat na região, captura para atender o comércio de animais de estimação. Não são conhecidas ações de conservação para a espécie. Durante a Oficina de Avaliação do Estado de Conservação de Galictis vittata foram consideradas importantes as seguintes ações de conservação: 1) Proteção do habitat; 2) Prevenção de doenças de animais domésticos; 3) Investigação sobre os limites de ocorrência e suscetibilidade à fragmentação florestal; 5) Estimativas de tamanho populacional. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 68 cm (média).

Peso: 1,4 a 3,8 Kg.

Dieta: Possui hábito alimentar variado consumindo roedores, aves, ovos, répteis, anfíbios, peixes, invertebrados e frutos.

Número de filhotes: 2 a 5.

Gestação: 39 dias aproximadamente.

Longevidade: 12,5 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário ou em grupos familiares formados pelo casal e filhotes adultos.

Padrão de atividade: Diurno e noturno.

Distribuição geográfica: Ocorre desde as florestas tropicais do México estendendo por toda América Central e Bacia Amazônica.

Habitat: Pode ser encontrado em uma variedade de ambientes desde florestas tropicais primárias a áreas de campos abertos e regiões de plantações. No Brasil, ocorrem principalmente na floresta amazônica. São frequentemente observados perto de corpos d’água e áreas alagadas, sendo considerados bons nadadores, podendo até caçar dentro da água

Descrição física: Porte pequeno com corpo alongado e membros curtos. As patas, ventre, garganta e face são negras e o dorso é acinzentado. Na cabeça, uma faixa branca se estende da testa até a lateral do pescoço. É um pouco maior que Galictis cuja.

 

furao-pequeno-jurgenchristine-sohns

Nomes comuns: Furão, furão pequeno, aracambé.

Nome em inglês: Lesser grison.

Ameaças e conservação: Caça, proximidade de animais domésticos, isolamento populacional, incêndios, desmatamento e atropelamentos, predação por cães e gatos domésticos, doenças transmitidas por animais domésticos (dioctofimose, cinomose e outras). Não são conhecidas ações de conservação. Embora a espécie não esteja ameaçada diretamente, ações de educação ambiental visando à diminuição das mortes por atropelamento, retaliação (de possíveis perdas de animais de criação), disseminação de zoonoses e possíveis oscilações populacionais extremas teriam efeito positivo nas populações desta espécie. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 59,5 cm (média)

Peso: 1 a 3 Kg.

Dieta: Possui hábito alimentar variado consumindo roedores, aves, ovos, répteis, anfíbios, peixes, invertebrados e frutos.

Número de filhotes: 2 a 5.

Gestação: 39 dias aproximadamente.

Longevidade: 10,2 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário ou em grupos familiares formados pelo casal e filhotes adultos.

Padrão de atividade: Diurno e noturno.

Distribuição geográfica: Possui distribuição ampla, ocorrendo no sudeste do Peru, oeste e sul da Bolívia, centro do Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina. No Brasil, ocorre nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina, na Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga, Pampas e Cerrado.

Habitat: Ocorre tanto na floresta primária quanto na secundária, bordas de floresta e ambientes antropizados, ocupando uma ampla variedade de habitats: floresta secundária, canaviais, plantações de eucaliptos, Pinus e manguezais, floresta estacional semidecidual e decidual, floresta ombrófila mista e floresta ombrófila densa.

Descrição física: Porte pequeno com corpo alongado e membros curtos. As patas, ventre, garganta e face são negras e o dorso é acinzentado. Na cabeça, uma faixa branca se estende da testa até a lateral do pescoço. É um pouco menor que Galictis vittata.

 

Procyonidae

A dentição é composta por 40 dentes e é característica por molares largos  e carniceiros pouco desenvolvidos, pois devido ao hábito alimentar onívoro, estes substituíram a função de rasgar a carne pela trituração do alimento.

As patas anteriores e posteriores possuem cinco dígitos. As garras são robustas e não retráteis. O padrão de locomoção é plantígrado e semi-plantígrado, tendo nos membros anteriores excelentes condições de manuseio.

A maioria das espécies possui hábito noturno, com exceção do Nasua nasua que é diurno. São solitários, e apesar de não apresentarem uma associação social complexa, podem ser observados eventualmente em pares ou grupos maiores; Nasua nasua formam um pequeno bando, através da associação de fêmeas e jovens, principalmente. A prole é numerosa e os filhotes permanecem um grande período com os pais. Os sentidos são bem apurados, principalmente o olfato e o tato, apesar de algumas espécies também enxergarem muito bem.

Os procionídeos brasileiros ocupam uma grande variedade de habitats desde áreas florestais da amazônia aos campos sulinos, no entanto quase todas as espécies são encontradas amplamente em áreas florestais. A dieta é predominantemente onívora entre as espécies e muito variada, incluindo itens animais e vegetais (uma ampla variedade de frutos).

No Brasil, é representada por quatro gêneros constituídos de quatro espécies.

jupara-carol-farneti-foster

Nomes comuns: Jupará, jurupará, gogó-de-sola, macaco-da-noite, gatiara, janaú, macaco-janauí, janauaí, januí e mirumiru.

Nome em inglês: Kinkajou, honey bear, nightwalker e night monkey.

Ameaças e conservação: Destruição da floresta Amazônica e Mata Atlântica, caça para consumo da carne, abate devido à crença de que o animal ataque a garganta de pessoas adormecidas para sugar seu sangue, infecção por Leishmania sp. e raiva e uso como animais de estimação. Não existem ações de conservação específicas, porém, são necessárias pesquisas: 1) Sobre sua ecologia, distribuição geográfica, taxonomia, possibilidade de flutuações populacionais extremas e interações com Bassaricyon spp. e Aotus spp.; 2) Avaliando os efeitos de doenças de animais domésticos sobre a espécie; 3) Para o grupo, necessitando de uma revisão taxonômica e uma avaliação do grau de independência entre suas populações, principalmente entre populações amazônicas e da Mata Atlântica; 4) Sobre a ocorrência atual do Jupará na Mata Atlântica e nas florestas de galeria do Cerrado. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 105 cm (média).

Peso: 1,4 a 4,7 Kg.

Dieta: Principalmente de frutas, suplementando sua dieta com insetos e pequenos vertebrados e, por possuírem uma língua longa e flexível, também de mel e néctar.

Número de filhotes: 1 ou 2.

Gestação: 98 a 120 dias.

Longevidade: 40,5 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitários, mas regularmente interagem em grupos sociais com até quatro indivíduos.

Padrão de atividade: Noturno.

Distribuição geográfica: Nas Américas do Norte e Central, em todas as áreas de florestas tropicais entre o México e Panamá, e na América do Sul tem distribuição pan-Amazônica (Pan-Amazônia envolve os países que têm a floresta amazônica em seu território: Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, as Guianas e o Suriname, além do Brasil), ocorrendo também na Mata Atlântica brasileira.

Habitat: Utilizam o dossel médio, de 10 a 30 m em florestas neotropicais de dossel fechado, em florestas pluviais e florestas secas, em altitudes do nível do mar até 2.500 m.

Descrição física: Geralmente os machos são maiores que as fêmeas. A cabeça e as orelhas são arredondadas e o focinho é curto e pontiagudo, sua pelagem é curta e densa, sendo o dorso marrom-amarelado, com faixa dorsal mais escura e as partes inferiores mais claras. Possui uma cauda preênsil e longa língua. 

gatiara-priscilla-barrett

Nomes comuns: Gatiara, janaú e macaco janauí/janauaí/januí, jupará, jurupará, gogó-de-sola e macaco da noite.

Nome em inglês: Olingo.

Ameaças e conservação: Altamente vulneráveis à degradação de habitats e podem ser mortos devido a crença de que atacam a garganta das pessoas à noite e bebem seu sangue até a morte. Atualmente não existem ações conservacionistas para esta espécie, mas é importante ter atividades de educação ambiental com moradores locais da Amazônia para que o abate deste animal, influenciado por crenças locais, diminua. São necessárias pesquisas: 1) Para obter dados precisos sobre diversos aspectos da biologia da espécie como sua história natural, biologia, ecologia, taxonomia e distribuição geográfica; 2) Para avaliar a capacidade de adaptação da espécie frente à destruição e fragmentação do habitat nas regiões de expansão agrícola na Amazônia. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 88,5 cm (média).

Peso: 1,1 a 1,4 Kg.

Dieta: Frutos, flores, néctar, invertebrados e pequenos vertebrados.

Número de filhotes: 1.

Gestação: 75 dias.

Longevidade: 25,3 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário ou em pares.

Padrão de atividade: Noturno.

Distribuição geográfica: Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Brasil. No Brasil, ocorre no Amazonas, Acre e provavelmente nos Estados de Roraima e norte do Pará.

Habitat: Florestas da América Central e norte da América do Sul, em altitudes de até 2.000 m.

Descrição física: O corpo apresenta coloração marrom escura ou marrom-amarelada, partes inferiores creme ou canela. As orelhas são relativamente pequenas e de interior esbranquiçado. A cauda não é preênsil.

 

quati-joares-may

Nomes comuns: Quati, coati, mundé, quatimundé.

Nome em inglês: South american coati.

Ameaças e conservação: Caça por retaliação e conflitos, doenças contraídas de animais domésticos (cinomose), atropelamentos, uso de partes de seu corpo como remédio afrodisíaco e capturas para servir como animais de estimação. Não existem ações de conservação específicas para esta espécie. Embora a espécie seja comum e de ampla distribuição, sua estrutura social, ecologia e comportamento ainda precisam ser melhor estudados, principalmente em grandes áreas de habitat preservado pois, a maioria dos estudos concentra-se em áreas antropizadas e grupos de animais habituados à presença de turistas e ao consumo de alimento de origem humana. Em suma, estudos sobre resolução de conflitos, impacto das doenças oriundas de animais domésticos em populações e filogeografia são prioritários para esta espécie. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 101 cm (média).

Peso: 2,7 a 10 Kg.

Dieta: Frutos, bromélias, invertebrados e pequenos vertebrados.

Número de filhotes: 1 a 7.

Gestação: 74 a 77 dias.

Longevidade: 23,7 anos (cativeiro).

Estrutura social: Podem viver em grupos com mais de 30 indivíduos. Machos a partir de dois anos são solitários e juntam-se em grupos na época do acasalamento.

Padrão de atividade: Diurno.

Distribuição geográfica: A espécie possui uma ampla distribuição geográfica na América do Sul, indo da Colômbia, Venezuela, Guiana, Surimane, Peru, Bolívia, Argentina, Paraguai, Uruguai e no Brasil onde é presente nos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos.

Habitat: Utiliza uma ampla variedade de hábitats com cobertura florestal, incluindo florestas decíduas, semi-decíduas e ombrófilas, florestas nebulares e de galeria, chaco xérico, cerrado e florestas secas.

Descrição física: Possui cabeça alargada que termina em um estreito e prolongado focinho, pontiagudo e móvel. A coloração varia conforme sua distribuição passando do alaranjado e avermelhado ao marrom escuro com amarelo. A cauda é anelada com coloração marrom escuro intercalada com amarelo ou marrom claro.

 

 

mao-pelada-adriano-gambarini

Nomes comuns: Mão-pelada, guaxinim, cachorrinho-guaxinim, jaracambeva, cachorrodo-mato-guaxinim, meia-noite.

Nome em inglês: Crab-eating raccoon.

Ameaças e conservação: Infecção (Leishmania, raiva, cinomose, parvovirose e leptospirose), atropelamentos em rodovias, perda de hábitat, caça para obtenção de peles, uso para prática de tiro e tráfico de animais. Não existem ações de conservação direcionadas a esta espécie, porém, são necessárias pesquisas sobre: 1) Ocorrência e dinâmica populacional na Amazônia e extremo sul de sua suposta distribuição; 2) Possibilidade de flutuações populacionais extremas; 3) O impacto de doenças transmitidas de animais domésticos; 4) Ecologia espacial; 5) O papel da espécie nos ciclos de doenças às quais está exposta; 6) Ocorrência de contato entre ela e espécies domésticas e exóticas; 7)  Medidas mitigatórias relativas às estradas e atropelamentos. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 99 (média).

Peso: 2,5 a 10 Kg.

Dieta: Moluscos, anfíbios, artrópodes, peixes, répteis, pequenos mamíferos e aves.

Número de filhotes: 2 a 4.

Gestação: 64 dias.

Longevidade: 19 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Noturno.

Distribuição geográfica: Desde a América Central, (onde ocorre em simpatria com o Procyon lotor na Costa Rica e em uma estreita faixa do Panamá), e na América do Sul, a leste dos Andes, seguindo até o Uruguai. No Brasil, ocorre em todos os biomas.

Habitat: Vivem de preferência perto de fontes de água, como banhados, rios, manguezais, praias, baías, lagoas e também em habitats não-aquáticos em determinadas épocas do ano. Ocorrem em florestas ombrófilas densas, semideciduais, deciduais e mistas. Podem utilizar paisagens modificadas, como mosaicos de Eucalyptus e vegetação natural, canaviais, pastos e fragmentos de mata, manguezais com grandes níveis de poluição e lagos de rejeitos em minerações.

Descrição física: Geralmente os machos são maiores que as fêmeas. A pelagem é densa e curta e a coloração do corpo varia do marrom escuro ao grisalho. Possui uma máscara preta que desce dos olhos até a base da mandíbula. Cauda anelada de cor preta e membros posteriores mais altos que os anteriores. As patas anteriores são desprovidas de pelos e o tato é muito desenvolvido.

 

Mephitidae

Família de mamíferos da ordem Carnivora, que inclui o cangambá. O grupo conta com 11 espécies, classificadas em quatro géneros, a maioria das quais típicas do Novo Mundo. Os mefitídeos já foram considerados como uma sub-família (Mephitinae) dentro da família Mustelidae (doninhas e aliados), mas são hoje em dia classificados à parte com base em critérios de genética.

O Brasil é representada por dois gêneros constituídos de duas espécies.

jaritataca-frederico-gemesio-lemos

Nomes comuns: Jaritataca, Jeritataca, jaratataca, jatitataca, jirita, gambá, cangambá, zorrilho, tacaca, ticaca.

Nome em inglês: Striped hog-nosed skunk, amazonian hognosed skunk.

Ameaças e conservação: Atropelamento, fragmentação e perda do hábitat, predação por cães domésticos, uso de pesticidas, comércio de pele e caça para subsistência (como alimento e/ou medicamento). O governo brasileiro não tem medidas de conservação específicas para a espécie, mas são necessárias pesquisas que envolvam: 1) Estudos sobre ecologia e atual distribuição da espécie no Brasil; 2) Estimativas de densidade em áreas onde a espécie pode estar em declínio em decorrência da fragmentação de habitat, como na região da Caatinga; 3) Monitoramento das populações em ambientes alterados de Mata Atlântica a fim de verificar sua dispersão e possível adaptação a esses novos ambientes; 5) Monitoramento da ocorrência de caça na Caatinga e a frequência de atropelamentos nas diferentes regiões do Brasil. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 64,5 cm (média).

Peso: 1,4 a 4 Kg.

Dieta: Insetos e outros invertebrados, pequenos vertebrados, frutos, carcaças e anfíbios.

Número de filhotes: 4 a 5.

Gestação: 60 dias.

Longevidade: Aproximadamente 10 anos.

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Crepuscular e noturno.

Distribuição geográfica: Ocorre no sul do México, norte da Colômbia, Venezuela, Peru e Brasil. No território brasileiro pode ser encontrada do nordeste do país ao estado de São Paulo nos ambientes de Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica (provavelmente devido ao aumento da fragmentação e desmatamento).

Habitat: Prefere áreas de vegetações abertas como Cerrado, campos e Caatinga, evitando regiões de matas mais densas, porém pode utilizar matas mais fechadas como abrigo. A espécie apresenta boa tolerância a ambientes perturbados, além de serem registradas em áreas de agro-ecossistemas, como cana-de-açúcar e eucalipto.

Descrição física: Possui cabeça arredondada, corpo compacto e patas dianteiras com garras longas e negras, focinho longo e sem pelo. A cauda é volumosa com coloração negra próxima à base e branca na porção distal. A coloração do corpo varia de preto a marrom escuro com uma lista branca saindo da cabeça, dividindo-se em duas, as quais seguem paralelas até a base da cauda. O padrão dessas listras pode variar entre indivíduos. Na espécie, as glândulas perianais produzem uma substância volátil e fétida utilizada para defesa, sendo esta uma característica marcante de Conepatus.

 

zorrilho-santiago-carvalho

Nomes comuns: Zorrilho, cangambá, gambá, jaguané, Jaguaré.

Nome em inglês: Molina’s hog-nosed skunk, andean hog-nosed skunk, hog-nosed skunk.

Ameaças e conservação: Caça, presença de animais domésticos, incêndios provenientes de queimadas nas áreas adjacentes a áreas de ocorrência da espécie, alteração e fragmentação de hábitat, perda de habitat devido aos prejuízos da pecuária intensiva, competição com espécies exóticas, comércio de peles, atropelamentos e retaliação por pequenos produtores rurais (como resposta a supostas perdas a pequenos animais de criação, sobretudo ovos, pintainhos e outras pequenas aves). A espécie não está ameaçada, porém, ações de conservação como a preservação de áreas abertas livres de culturas agrícolas e de silvicultura aumentariam a possibilidade de que a espécie não sofra grandes perdas no futuro. Embora a espécie seja tolerante a modificações causadas pela agropecuária, esta tem um efeito negativo sobre as populações. Ações de educação ambiental visando a diminuição das mortes por atropelamento ou retaliação a possíveis perdas de animais de criação também têm efeito positivo nas populações. A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Comprimento total: 60,5 cm (média).

Peso: 1,5 a 3 Kg.

Dieta: Insetos e pequenos vertebrados e ovos.

Número de filhotes: 2 a 5.

Gestação: 42 dias.

Longevidade: 10 anos (cativeiro).

Estrutura social: Solitário.

Padrão de atividade: Crepuscular e noturno.

Distribuição geográfica: Ocorre do Sul do Peru e oeste da Bolívia, ao centro e norte da Argentina e região central do Chile, Uruguai e Sul do Brasil. No Brasil está restrito aos estados do Paraná, Santa Cantarina e Rio Grande do Sul.

Habitat: Áreas de vegetação aberta, como campos, bordas de matas em recuperação e clareiras, apesar de também ser encontrado em florestas primárias e secundárias.

Descrição física: Possui pelagem longa e fina, com coloração geral preta e marrom escura. Há duas listras brancas que podem sair do topo da cabeça e seguirem pelas laterais do dorso até a base da cauda; estas podem variar de comprimento e largura ou até mesmo estarem ausentes. A cauda é volumosa e escura, podendo apresentar pelos brancos. A cabeça é arredondada, o corpo é compacto e se move mais lentamente que a maioria dos mustelídeos. As glândulas perianais produzem uma substância volátil e fétida utilizada para defesa, sendo esta uma característica marcante de Conepatus.

 

Fontes de pesquisa

CENAP/ICMBio 

  • Artigos de Avaliação de Carnívoros

Internet: 

  • www.arkive.org
  • www.animaldiversity.org
  • www.procarnivoros.org.br
  • www.genomics.senescence.info
  • www.departments.bucknell.edu/biology/resources/msw3/browse.asp

Livros: 

  • Carnivores of the world – Princeton Field Guides
  • Mamíferos do Brasil

 

{slider=}

 

{/slider}