A capacitação foi realizada dentro da Terra Indígena Munduruku, na aldeia Caroçal, localizada no rio das Tropas, limite natural entre a Terra  Indígena e a Flona Crepori, e contou com a participação de indígenas de mais de dez aldeias e moradores da Flona. As aulas foram ministradas em português e na língua munduruku.

 

A oficina foi idealizada com o objetivo de oferecer alternativa ao garimpo irregular. Havia uma demanda muito forte por parte dos moradores da região, indígenas e não indígenas para substituição da fonte de recurso oferecido pelo garimpo. Apesar dos ganhos obtidos com a atividade extrativista, talvez esta nunca chegue a superar o valor que o garimpo ilegal proporciona. Os moradores, em sua maioria indígenas, estão dispostos a aderir à substituição para trazer de volta a qualidade da água do rio das Tropas, que atualmente encontra-se moderadamente toldada e contaminada por mercúrio, causando poluição e assoreamento do rio, contaminação dos peixes, doenças e diminuição da pesca.

 

Na ocasião, foram abordados as regras de uso da Flona Crepori, o método de extração do óleo da copaíba, a necessidade de comprometimento com a qualidade do produto no momento do manejo e do armazenamento, o mapeamento e a marcação das copaibeiras e a comercialização do produto.

 

Para atender ao grande interesse sobre a criação de abelhas sem ferrão, Nelson César e Thais Bittencourt, da Funai, dedicaram um dia a ensinar, na prática, todo o processo da meliponicultura, desde a captura das abelhas até o acondicionamento de seus ninhos nas caixas de criação, passando pelos aspectos ecológicos e importância da qualidade do produto.

Durante o momento de avaliação da oficina pelos alunos, foram apontadas como demandas a necessidade de capacitação em manejo de seringa e fabricação de farinha com maior nível de qualidade. É muito importante, portanto, que as ações de capacitação continuem proporcionando à comunidade melhoria da qualidade de vida por meio da inserção de novas oportunidades de mercado.

 

Vale ressaltar também que a parceria estabelecida entre ICMBio, Funai, Emater e Prefeitura Municipal de Jacareacanga foi imprescindível para o sucesso da atividade, pois os seus conhecimentos e esforços foram somados em uma só direção: oferecer à população, indígena ou não, moradora da região do rio das Tropas a oportunidade de renda alternativa ao garimpo ilegal.