Aspectos Naturais

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A Flona de Ipanema possui uma rica biodiversidade, com mais de 354 espécies de aves, 75 de mamíferos, 38 de anfíbios, 27 de répteis e 37 de peixes. Dentre as espécies mais importantes para conservação, destacam-se: lobo-guará, onça parda, tamanduá-bandeira, jaguatirica, cachorro-do-mato e urubu-rei.

Grupo

Riqueza em Espécies

Percentual de espécies em relação ao
Estado de São Paulo

Estado de São Paulo

Flona de Ipanema

Peixes

391

37

9,46

Anfíbios

236

38

16,10

Répteis

212

27

12,73

Aves

793

354

44,64

Mamíferos

231

75

32,47

Total

1863

531

28,50

LISTA DE AVES DA FLONA DE IPANEMA (Táxeus)

LISTA DE MAMÍFEROS DA FLONA DE IPANEMA (Táxeus)

LISTA DE ANFÍBIOS DA FLONA DE IPANEMA (Táxeus)

Existem na Flona plantas, como aroeira mansa, assa-peixe, avenca, cambará, embaúba, espinheira-santa, jatobá e sete-sangrias, que surpreendem por seu valor medicinal. Perobas, jequitibás, mandacarus, paineiras e figueiras seculares, além de canelas extintas em todo o país, surgem na mata, destacando-se na floresta, que se colore com quaresmeiras, ipês, patas de vaca e manacás, caracterizando as diversas estações, num clima úmido com longos períodos de seca no inverno, de relevo ondulado para acidentado, com altitude mínima de 550 metros e máxima de 971 metros, onde predominam o latossolo vermelho escuro e o argissolo. Desta paisagem também fazem parte uma lagoa natural e 15 represas, os rios Ipanema e Verde e os ribeirões Iperó e do Ferro, sendo que estes últimos se formam em seu interior.

Meio biótico

Flora
A matriz vegetacional da Floresta Nacional de Ipanema é de uma Floresta Estacional Semidecidual, com áreas apresentando exemplares de Floresta Ombrófila Densa e áreas de Cerrado senso lato. Isto posto, pode-se ter idéia da importância que a Floresta Nacional de Ipanema desempenha, pois nela estão reunidos uma rara e excepcional conjunção de fatores bióticos e abióticos condicionadores de uma vegetação rica e altamente diversificada, que caracterizam uma formação de grande valor genético e conservacionista. Seu estudo e preservação excedem aspectos científicos pois configura um ecossistema único capaz de fornecer elementos valiosos para reconstrução da natureza duramente agredida no Brasil. As florestas estacionais semideciduais representam a maior parcela da área florestada da Floresta Nacional de Ipanema. Existem áreas extensas exibindo fisionomias diferentes devido, principalmente, a incêndios florestais esporádicos. Essas áreas apresentam estágios de sucessão variados que vão desde a abundância de plantas herbáceas, gramíneas, um considerável elenco de lianas, algumas árvores que resistiram à ação do fogo até a ocorrência de algumas espécies arbóreas com característica de pioneirismo.

Reflorestamento
Existem 14 talhões que totalizam 203,3 ha reflorestados com diversas espécies de Eucalyptus sp (E. camaldulensis, E. urophylla, E. citriodora) e 1 talhão de 18,2 ha com a finalidade de implantar porta sementes de espécies nativas (Pau Brasil, Ipê Amarelo e Jequitibá Vermelho). Há ainda, pequenas 14 áreas reflorestadas com espécies nativas, fruto das atividades de educação ambiental.

Fauna
A Flona de Ipanema possui uma rica biodiversidade, com mais de 354 espécies de aves, 75 de mamíferos, 38 de anfíbios, 27 de répteis e 37 de peixes, existindo diversas espécies merecedoras de atenção no que diz respeito à sua conservação. Representa 27,5% da riqueza total estimada para o território paulista. Dominam aves, mamíferos e peixes, que totalizam cerca de 90% das espécies ocorrentes, ficando o remanescente (10%) dividido eqüitativamente entre répteis e anfíbios. Atualmente 20 espécies merecem atenção para a sua conservação pois acham-se inclusas na Lista da Fauna Ameaçada do Estado de São Paulo.

ribeiraoferroocMeio físico

Uso de solo 
A Floresta Nacional de Ipanema é um dos poucos redutos florestais do interior paulista onde, apesar de seu histórico de perturbações, é detentora da maior biodiversidade na região. Apresenta ambientes fragmentados, que variam em função do gradiente edáfico e altitudinal, da proximidade de regiões aluviais, afloramentos rochosos e interferências antrópicas. O uso atual da área, pode ser assim resumido: · 2800 ha de Floresta Estacional Semidecidual em estágio de regeneração do inicial ao tardio; · 295,16 ha de capoeira alta (grotões) e cerrado; · 242,93 ha de capoeira baixa; · 250 ha de várzea, açudes e represas; · 221,50 ha de reflorestamento com espécies de crescimento rápido e nativas; · 1210,14 ha de assentamentos rurais; · 50 ha para sede administrativa, vilas, residências e sítios históricos.

Clima
A Floresta Nacional de Ipanema é atravessada em sua parte sul pelo Trópico de Capricórnio, localizando-se assim em uma zona de transição, de tropical para temperada. Segundo Köeppen a área apresenta condições climatológicas tipo Cfa (ao sul) limitando com Cwa (ao norte), quais sejam: 11 · Cfa: clima subtropical quente, constantemente úmido, com inverno menos seco (nesta a precipitação oscila entre 30 e 60mm), temperaturas máximas superiores a 22°C e mínimas inferiores a 18°C; · Cwa: clima subtropical quente, com inverno mais seco (precipitação inferior a 30mm). A precipitação média anual da região é da ordem de 1.400mm, com mínimo de 800mm e máximo de 2.200mm, os meses menos úmidos vão de agosto a novembro e os mais úmidos vão de março a junho.

Relevo
A Unidade apresenta as seguintes faixas hipsométricas: · até 600 m - Várzea dos principais rios (como o Verde e Ipanema) e onde os declives são mais suaves; · de 600 a 725 m - Base das serras, com declives mais acentuados (medianos) e onde se encontram várias nascentes de rios, principalmente os intermitentes; · de 725 a 875 m - Próxima ao topo dos morros, onde ocorrem declives mais acentuados e onde encontram-se rios encaixados entre as vertentes (como o Ribeirão do Ferro); · acima de 875 m - Topo da Serra Araçoiaba, geralmente com platôs e declives suaves / medianos. Geomorfologia A área da Floresta Nacional de Ipanema e sua zona de amortecimento estão totalmente inseridas dentro da Depressão Periférica, na Zona do Médio Tietê. Os tipos predominantes de relevo são colinas médias com morrotes alongados e espigões. A altimetria predomina entre 500 e 650m e a declividade entre 5 e 10%. A exceção é a Serra Araçoiaba, que se eleva mais de 300m 12 acima das áreas adjacentes (971m), formando relevo de Morros com Serras Restritas. A configuração característica da Serra Araçoiaba decorre de uma intrusão magmática acontecida de 230 e 65 m.a., e também de processos erosivos.

Geologia
A região de Iperó e Araçoiaba da Serra localiza-se na borda leste da Bacia do Paraná, onde afloram sedimentos da Formação Itararé pertencente ao Grupo Tubarão. A Floresta Nacional de Ipanema possui como uma de suas características mais marcantes o "Domo de Araçoiaba". As estruturas dômicas são anomalias geológicas, ou seja, apresentam um conjunto de rochas e estruturas distintas da litologia regional, e, quase sempre, têm um relevo mais acentuado que se destaca na paisagem. Não existe nenhuma outra estrutura parecida em um raio de cerca de 300 km da Floresta Nacional de Ipanema.

Pedologia
Os principais compartimentos de solo da área da Floresta Nacional de Ipanema são Neossolos Flúvicos (solos aluviais), Argissolos Vermelho Amarelos (Podzólicos Vermelho Amarelo), Latossolos Vermelhos LV (Latossolos Roxos + Latossolos Vermelho Escuro).

Hidrografia
Ocupa áreas das sub-bacias hidrográficas do rio Ipanema e ribeirões Iperó e do Ferro. Elas, por sua vez, integram a bacia hidrográfica do rio Sorocaba/Médio Tietê, classificada como UGRHI n°10 (Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos).

Limnologia
Em comparação ao rio Sorocaba, para o qual contribuem o rio Ipanema e ribeirões do Ferro e Iperó, estes não apresentam problemas significativos de qualidade hídrica.

Hidrogeologia
Os principais aquíferos da área da Floresta Nacional de Ipanema, considerando-se o armazenamento e circulação de água, podem ser divididos em duas categorias: Sistema Aquífero Cristalino e Sistema Aquífero Sedimentar.