SELEÇÃO E TREINAMENTO DE BRIGADISTAS MUDA RELACIONAMENTO COM AS COMUNIDADES

semfotoUnidade: Reserva Biológica Guaribas

Autores: Realizadores: Marina Pinheiro Kluppel, Ivaldo Marques da Silva (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade); e Paulo Marinari Rodrigues (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

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Bioma: Caatinga

 

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Objetivo
A Reserva Biológica Guaribas foi criada para proteger um dos últimos remanescentes de mata atlântica no Estado da Paraíba. Em sua área são preservadas várias espécies ameaças de extinção. Após a sua criação, as comunidades que vivem no seu entorno, viam a Unidade apenas com obstáculo ao desenvolvimento da região. Somava-se ainda os constantes problemas de desmatamento, caça e incêndios, muitas vezes vinculados ao mal relacionamento entre as comunidades locais e a gestão da Unidade de Conservação. A gestão da Reserva Biológica começou a mudar essa situação através do programa de combate a incêndios florestais. Os gestores começaram a envolver os brigadistas contratados para o combate a incêndios, como multiplicadores ambientais para dialogar sobre a da importância ambiental da Unidade para a região. Assim, a partir de 2001, além de organizar o combate aos incêndios com melhor eficácia, garantindo a prontidão nas emergências ambientais, a brigada passou a ser um importante meio de relação entre a população e a Reserva Biológica.
Desenvolvimento

O ponto chave dessa mudança foi o modelo de seleção e contratação dos brigadistas. Por muitos anos a contratação era feita sem seguir nenhum critério de integração local, resultando na contratação de
pessoas que não viviam próximas às comunidades locais, reduzindo, por exemplo, o comprometimento e eficácia da atividade. No intuito de resolver esse problema foi realizada uma chamada pública para um processo de seleção de brigadistas, que garantiu a participação dos moradores das 21 comunidades que estão situadas na zona de amortecimento da Reserva Biológica, garantindo minimamente uma proximidade e maior envolvimento com a Unidade. Assim, após o período de inscrição, a equipe da Unidade de Conservação vai até a residência informada pelo candidato para constatar a informação de moradia. A cada edital, 12 vagas são abertas. Quem é selecionado passa por treinamento intensivo para se tornar um brigadista e recebe um salário pela função, durante o período de estiagem, quando ocorrem os riscos de incêndio. Os resultados dessa simples tomada de decisão não poderiam ser melhores. De acordo com o analista Jorge Luiz do Nascimento, hoje a população do entorno é verdadeiramente uma parceira na conservação da Unidade. "Temos parceiros em todas as comunidades do entorno. Gente que liga, faz denúncias, telefonam para se informar as melhores formas de fazerem supressão de mata no entorno. São verdadeiros aliados na proteção da Unidade", afirma.


Resultados

Os gestores da Reserva Biológica afirmam que atualmente não há mais ocorrência de incêndio no interior da Reserva Biológica e a caça passou a ser um problema raro. Segundo eles, isso tem relação com a mudança de mentalidade dos moradores, a partir do momento em que passaram a compreender a importância ambiental da Reserva, via brigada, fez com que muitos infratores mudassem de visão com relação aos recursos naturais e ao trabalho dos gestores da UC.

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