Tentativa de Reintrodução exemplar de peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) no litoral norte de Alagoas

Uma fêmea de peixe-boi marinho conhecido como "Telinha" encalhou ainda filhote no município de Areia Branca/RN no dia 15 de outubro de 2007. No dia seguinte o animal foi transferido para a base avançada do Projeto Peixe-boi CMA/ICMBio que tem parceira técnica com o Instituto Mamíferos Aquáticos, localizado na Ilha de Itamaracá/PE. Canon PMS 286XX

Durante um período de aproximadamente quatro anos esse peixe-boi passou por um processo de reabilitação, até chegar à idade adulta. Após avaliação clínica e comportamental, Telinha tornou-se apta para ser translocada e solta. A fêmea foi translocada no dia 05 de abril de 2011 para o cativeiro natural localizado no rio Tatuamunha, município de Porto de Pedras/AL, na qual, passou por um período de adaptação as condições ambientais como oscilação de maré, gradiente de salinidade e oferta de alimentos naturais (algas marinhas, bancos de capim-agulha) para após isso, marcar sua soltura definitiva.

No dia 10 de março de 2012, foi liberada do cativeiro com o equipamento de rádio telemetria preso a sua cauda que emite frequência de sinais em VHF e PTT que são ferramentas de localização espacial utilizada pela equipe de monitoramento para encontro do animal e avaliar seu grau de adaptação na natureza.

No dia 08 de março de 2013, essa fêmea apareceu com peso abaixo do ideal e debilitada. Após avaliação clínica, através da coleta de sangue e outros parâmetros, ficou diagnosticado um quadro de desidratação, provocado pela ingestão insuficiente de nutrientes. Provavelmente Telinha não estava encontrando alimentação natural no meio. Sendo assim, devido aos riscos de vida da fêmea, a equipe técnica do CMA/ICMBio decidiu no retorno do animal ao cativeiro natural para passar por um novo período de reabilitação antes de uma nova soltura. Foto TelinhaX

Finalmente no dia 02 de setembro do corrente ano, após novos exames clínicos, Telinha recebeu alta e foi novamente solta para uma segunda tentativa de adaptação, onde a equipe de monitoramento estará atraindo-a diariamente para as áreas de alimentação presentes na região na tentativa de corrigir o problema apresentado. 

Texto: Ernesto Frederico da Costa Foppel (Médico Veterinário do IMA-CMA/ICMBio) Foto: CMA/AL