Conservação da ararinha-azul ganha importante aliada

Projeto Ararinha na Natureza busca ampliar o conhecimento científico acerca da maracanã-verdadeira, espécie similar que pode contribuir para a recuperação de uma das aves mais ameaçadas do Brasil

Brasília (24/03/17) – Originária da região de Curaçá, na Bahia, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) teve sua população dizimada, sobretudo devido ao tráfico de animais, e hoje é considerada extinta na natureza. Existem, atualmente, apenas 129 exemplares da espécie, todos em cativeiro. Diante desse quadro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) publicou em 2012 o Plano de Ação Nacional a Conservação da Ararinha-azul (PAN Ararinha-azul), cujos objetivos são o aumento da população manejada em cativeiro e a recuperação do habitat de ocorrência histórica da espécie, visando à sua reintrodução na natureza.

Coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio), o PAN Ararinha-azul teve como desdobramento a criação do Projeto Ararinha na Natureza, iniciativa que conta com a parceria da Vale e de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, como o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), além de mantenedores da ararinha-azul dentro e fora do país, que trabalham para viabilizar a reprodução da espécie: a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), na Alemanha; a Al-Wabra Wildlife Preservation, no Catar; o criadouro Nest e a Fundação Lymington, no Brasil.

Monitoramento de maracanãs

Nesse esforço pela sua conservação, a ararinha-azul conta com a ajuda de outra espécie: a maracanã-verdadeira (Primolius maracana). Similar à ararinha em termos ecológicos, a maracanã compartilha características como microhábitat, cavidades de nidificação (construção de ninhos) e itens alimentares. Além disso, o último macho de ararinha registrado formou par com uma fêmea dessa espécie.

Logo, uma das prioridades do Projeto Ararinha na Natureza passou a ser o conhecimento científico acerca da Primolius maracana. A região de Curaçá (BA) é marcada pela abundância de maracanãs, que dividem o território com outras 203 espécies de aves de 50 famílias, sendo 28 delas exclusivas da Caatinga. Nessa área, considerada prioritária, foi proposta, inclusive, a criação de uma unidade de conservação (UC) federal para abrigar os projetos de recuperação da ararinha-azul.

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