CEMAVE E REBIO DO GURUPI IMPLANTAM MONITORAMENTO DE AVES FLORESTAIS

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (ICMBio/CEMAVE) em parceria com a Reserva Biológica (Rebio) do Gurupi acabam de realizar o primeiro esforço de monitoramento de aves florestais em unidade de conservação (UC) no Brasil seguindo o protocolo descrito em Bispo et al. (2016), metodologia adotada pelo Programa "Monitora", o programa de monitoramento in situ da biodiversidade do instituto, para as unidades de conservação de caráter Federal.

A expedição contou com recursos oriundos do Programa Arpa, sob gestão da Coordenação de Monitoramento do ICMBio (Comob). A Rebio do Gurupi é a única unidade de conservação de proteção integral na área conhecida como Centro de Endemismo Belém. Esta região possui numerosas espécies endêmicas para os mais variados grupos de organismos ao mesmo tempo em que é a região mais antropizada da Amazônia. Para a Rebio do Gurupi já foram registradas 18 taxa (espécies e subespécies) de aves ameaçadas, conforme a lista oficial de espécies brasileiras ameaçadas de extinção (Portaria MMA 444/14).

Os trabalhos de campo contaram com a participação dos especialistas em aves amazônicas Dr. Carlos Martínez (UFMA), Felipe do A. Arantes (autônomo), Dr. Gabriel A. Leite (INPA), MSc. Laurent G. Carvalho (UFMA) e Leonardo Victor S. Pinheiro (UFMA) e do Analista Ambiental Dr. Marcos de S. Fialho. A coleta de dados ocorreu entre 5 e 10 de dezembro de 2017 em áreas de florestas em avançado estágio de regeneração. Como resultados preliminares, foram registradas, apenas nos pontos de amostragem, 180 espécies, sendo 14 ameaçadas, além de 13 novas ocorrências para a Rebio. Tathiana Chaves da Coordenação de Monitoramento do instituto esclarece que o Monitora é um programa institucional continuado e de longa duração e busca acompanhar mudanças de estado de conservação desta Rebio, incluindo a recuperação da floresta, que historicamente sofreu desmatamentos e extração de madeira, e que há cerca de três anos foi parcialmente atingida por um grande incêndio.

Com respeito ao monitoramento, ainda é cedo para apresentar resultados ou tendências mais amplas. Contudo, os primeiros resultados observados confirmam a importância desta UC para conservação das espécies da Amazônia Oriental e para a manutenção da vida selvagem frente às pressões existentes por toda a região do chamado Arco do Desmatamento.