Artigo 13

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA DA Rochinia crassa A. MILNE EDWARDS, 1880 (DECAPODA: BRACHYURA: MAJIDAE) CAPTURADA COM ARMADILHA DE FUNDO NA COSTA NORDESTE DO BRASIL. Vanildo Souza de Oliveira, Marilena Ramos-Porto, Maria do Carmo Ferrão Santos, Fábio Hissa Vieira Hazin, Enilson Cabral, Fernando Duarte Acioli e Natalino Matsui.
Boletim Técnico Científico - Volume 11 - Numero 13 - Ano 2010
Resumo
Durante o período de 11/08/1999 a 14/11/2000, foram analisados 2.122 indivíduos da espécie Rochinia crassa, distribuídos entre as seguintes faixas de profundidade: 100-200, 200-300, 300-400, 400-500 e 500 e 600 m, capturados com armadilhas de profundidade, em 9 cruzeiros de pesquisa, realizados no âmbito do Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva - REVIZEE, na região de talude e bancos oceânicos da costa nordestina. Durante os referidos cruzeiros foram obtidos dados sobre: profundidade de captura, número de armadilhas por faixa de profundidade, comprimento total da carapaça e sexo, gerando informações importantes e inéditas acerca da distribuição e abundância relativa da espécie, entre as profundidades de 100 a 600 m. Como índice de abundância relativa foi utilizada a captura por unidade de esforço (CPUE), em termos do número de indivíduos capturados por covo, por lance (ind./covo/lance). O tempo médio de imersão dos covos foi igual a 19,3 h (s= 3,2 h), não havendo diferença significativa entre os lances. As maiores abundâncias de Rochinia crassa foram observadas entre 200 e 500 m. O comprimento médio da carapaça foi de 70,2 mm para os machos e de 66,2 mm para as fêmeas, com os machos apresentando carapaças significativamente maiores que as fêmeas, em todas as faixas de profundidade, exibindo uma tendência de dimorfismo sexual existente na espécie. Para ambos os sexos, houve uma tendência de diminuição do comprimento da carapaça em relação ao aumento da profundidade, o que pode refletir condições mais propícias
para o crescimento em águas menos profundas ou uma segregação, por tamanho, em função da profundidade.
Abstract
From August 11, 1999 to November 14, 2000, 2,111 individuals of Rochinia crassa were analyzed. The specimens were caught with depth traps, in nine research cruises, carried through in the scope of the Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva-REVIZEE, on the continental slope and oceanic banks off Brazilian northeastern coast. During those cruises the following data were collected: depth of capture, number of traps by depth, total carapace length and sex. The information obtained provided valuable and so far unavailable knowledge on the distribution and relative abundance of that species between 100 and 600 m. The catch per unit of effort (CPUE), in terms of the number of individuals caught by trap by set (ind./trap/set), was used as an index of relative abundance. The mean soaking time of traps was equal to 19.3 hr (s = 3.2 hr), with no significant difference between sets. The highest relative abundance of Rochinia crassa was observed between 200 and 500m. The average carapace length was 70.2 mm for males and 66.2 mm for females, with males presenting consistently larger carapace than females, in all depths, exhibiting a tendency of sexual dimorphism. For both sexes, there was a trend of reduction of the carapace length with depth, what may reflect either more favorable conditions for carapace growth in shallower waters or a size segregation by depth.
Arquivos Visualize em PDF
Palavras-Chave Rochinia crassa, distribuição, abundância, tecnologia pesqueira, armadilha, Nordeste Brasil