Artigo 06

PESCA DE PEIXES COM COVOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Carlos Tassito Correia Ivo, José Airton de Vasconcelos, Frederico Moreira Osório
Boletim Técnico Científico do CEPENE - Volume 18 - Numero 1 - Ano 2010
Resumo
O presente trabalho analisa dados gerais sobre a pesca de peixes com covos na costa do estado do Rio Grande do Norte, entre os anos de 2002 e 2008. Ao longo do período foram controlados, diariamente, os desembarques de no mínimo 4 e no máximo 8 locais de desembarques da costa potiguar, num total de 3.486 desembarques controlados ao longo do período. A pescaria com covos no estado é realizada atualmente com armadilhas de formato retangular. As embarcações utilizadas são motorizadas de pequeno (menor que 8 metros de comprimento), médio (maior e igual a 8 e menor que 12 metros de comprimento) e grande porte (maior e igual a 12 metros de comprimento), sendo as de médio porte as mais utilizadas. No período analisado constatou-se uma média anual de 63,9 embarcações operando na pesca de covos para peixes no Rio Grande do Norte, com maior concentração ao longo do primeiro semestre, período que coincide com o defeso da lagosta. Tal fato sugere que a pesca de peixes com covos é uma alternativa a atividade lagosteira. Os meses que apresentaram maior produção por desembarque foram janeiro, fevereiro e dezembro, enquanto os meses de menor produção por desembarque foram abril e julho. Durante os anos monitorados observase um aumento inicial da produção por desembarque, atingindo o ápice no ano de 2004, com posterior declínio, sem recuperação nos quatro anos seguintes. A se considerar a condição de espécies recifais, estrategistas, altamente sensíveis a pesca, é prudente que se estabeleça um plano de manejo para a biocenose em questão. A biquara (Haemulon plumieri) se destaca como espécie dominante, seguida do ariacó (Lutjanus synagris) e da cioba (Lutjanus analis), respectivamente, como espécies abundante e frequente. As demais espécies foram classificadas como pouco abundantes, raras e muito raras. Note-se que a captura do budião (Sparisoma spp.) foi registrada apenas no ano de 2008, com frequência de ocorrência muito elevada (22%).
Abstract
Fish-trap fisheries in Rio Grande do Norte state (Northeast Brazil), between 2002 and 2008. The present work investigates general data on the fish-trap fishing activity in Rio Grande do Norte State (Northeast Brazil) between 2002 and 2008. Fish landings were regularly assessed through this time, coming from a minimum of four and maximum of eight coastal state's counties totaling 3,486 records. Rectangular
traps characterize the local trap fishing. Boats are motor powered consisting of small, medium, and large
sizes, although medium sized ones (8 - 12 m) are the most common. Throughout the studied period, an
average of 63.9 trap fishing boats were observed in Rio Grande do Norte with the highest number operating in the first semester, which coincides with the lobster's fishing closed-season. Thus, it is suggested that trap fishing is an alternative activity to lobster fishing. The highest production per boat was January, February, and December, whereas April and July presented the lowest fish production. During the monitored years fishing production had an initial increase, achieving the highest peak in 2004, but declined throughout the next four years without any recovery. Granting that the targeted fish community is mostly comprised of highly vulnerable, k-estrategist reef fishes, it is deemed wise to establish management acts to protect that biocenosis. White grunt (Haemulon plumieri) stands out as the dominant species, while lane snapper (Lutjanus synagris) and mutton snapper (Lutjanus analis) were ranked as abundant and frequent species, respectively. Other species were classified as less abundant, rare, and very rare. Parrotfish (Sparisoma spp.) landings were recorded only in 2008 when accounted for 22%.
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Palavras-Chave peixes recifais, pesca de covos, produção pesqueira, sazonalidade, Rio Grande do Norte