Expedição de captura do surubim-do-paraíba

surubim Paraíba

Participantes do grupo assessor do PAN Paraíba do Sul, realizaram expedição para captura do surubim-do-paraíba (Steindachneridion parahybae). A ação ocorreu entre os dias 13 e 20 de março de 2021 no rio Grande, município de Trajano Moraes, RJ, e foi liderada pelo Diretor Técnico do Projeto Piabanha, Guilherme Souza, nosso grande parceiro e membro do Grupo de Assessoramento Técnico do Plano de Ação para a Conservação de Espécies Aquáticas Ameaçadas de Extinção da Bacia do Rio Paraíba do Sul – PAN Paraíba do Sul, coordenado pelo ICMBio/CEPTA.

O surubim-do-paraíba é um bagre de grande porte, de corpo achatado, com o dorso escuro marcado por muitas manchas pequenas e alongadas. Tem hábitos noturnos e é endêmico da bacia do rio Paraíba do Sul! Apesar de sua biologia ser pouco conhecida, isso não desmerece sua história e expressividade! Suas populações são pequenas e distribuídas em pouquíssimos pontos da bacia do rio Paraíba do Sul, sendo uma espécie ameaçada de extinção, na categoria (EN) Em Perigo.

A população de surubins prospectada está localizada no trecho de vazão reduzida, a montante da área de geração da PCH Santa Rosa II. O local apresentou fragmentos de mata ciliar em bom estado de conservação. O leito do rio é constituído por areia e cascalho, sendo a maior parte formada por rochas do tipo gnaisse. A geomorfologia do leito é peculiar, e possui um elevado número de "marmitas", que são originadas pelo movimento turbilhonar (redemoinhos) associadas ao material abrasivo de maior dureza. São nessas ou ao redor dessas marmitas que os surubins-do-paraíba se abrigam, demonstrando – possivelmente - uma importante interação com esse tipo de habitat!

A campanha foi um sucesso, sendo capturados 12 surubins-do-paraíba, que foram mantidos vivos, seguindo todos os protocolos para assegurar o bem-estar animal. Os indivíduos foram encaminhados ao banco genético ex-situ de espécies-alvo de peixes ameaçadas de extinção, mantido pelo Projeto Piabanha, em colaboração com o ICMBIO/CEPTA e a Universidade de Mogi das Cruzes, para a reprodução em tanques e o restabelecimento de populações no ambiente natural. As reintroduções são licenciadas pelo Ibama e monitoradas pela equipe do Projeto Piabanha e ICMBio/CEPTA!

A expedição foi financiada com recursos do Projeto GEF Pró-Espécies/WWF, com expedição autorizada pelo SISBIO (Autorização n° 77883-1).

Conheçam mais sobre o trabalho desenvolvido pelo Projeto Piabanha, em prol da conservação de peixes ameaçados de extinção do Brasil!

Fotos: Guilherme Souza/ Acervo Projeto Piabanha