DEA lançará Boas Práticas na Agricultura Familiar

 O DEA divulgou em agosto e lançará em novembro as 25 experiências selecionadas da Chamada Pública para Boas Práticas em Educação Ambiental na Agricultura Familiar, com a intenção de difundir o que tem sido realizado em processos educativos voltados a esse segmento social, bem como utilizar essas ações no fortalecimento do PEAAF e das políticas públicas de educação ambiental. A seleção contou com a colaboração do Grupo de Trabalho do Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF), formado por servidores de todo o MMA e suas entidades vinculadas.

 As 25 experiências se distribuem por 5 biomas brasileiros: Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Amazônia e Marinho, sendo que do Pantanal e dos Pampas não foram encaminhadas iniciativas. As 7 primeiras classificadas deverão participar de eventos organizados pelo PEAAF, nos respectivos biomas. Todas as experiências selecionadas integrarão uma publicação do MMA a ser lançada em novembro próximo. “A ideia é convidar os autores para participar e fazer um evento não apenas de lançamento, mas também com mesas redondas e debates sobre o tema da publicação”, informa Alex Bernal, analista ambiental do DEA. Além dos proponentes dessas experiências - no mínimo uma por bioma - serão convidadas entidades conveniadas com o MMA, por meio do edital da SEDR/MMA, de formação de multiplicadores em educação ambiental na agricultura familiar.
 
O edital de Boas Práticas foi proposta do GT-PEAAF, com objetivo de buscar nas ações educativas existentes na sociedade uma referência para essa nova política pública, que também surgiu das reivindicações dos movimentos sociais do campo, nos anos recentes. “Os objetivos principais dessa chamada eram a promoção da Educação Ambiental realizada na Agricultura Familiar por meio do conhecimento e da disseminação de experiências nos processos de formação desse público e gerar um banco de dados de experiências de Educação Ambiental na Agricultura Familiar, de modo a enriquecer os conteúdos de oficinas, publicações e cursos à distância do PEAAF”, explica Alex Bernal, que também integra, junto com mais 8 técnicos do MMA, a comissão julgadora.
 
Das mais de 5 milhões de propriedades rurais no país, a maior parte enfrenta problemas ambientais, que a curto, médio ou longo prazo, poderão colocar em risco a sua própria produtividade. Por isso, uma das prioridades do PEAAF é colaborar com o Subprograma de Educação Ambiental do Programa Mais Ambiente, cujo destaque é a regularização ambiental das propriedades rurais.
 
Segundo dados do Censo Agropecuário 2006, a agricultura familiar – com 4.367.902 estabelecimentos e 12,3 milhões de pessoas vinculadas - representa 84,4% dos estabelecimentos rurais brasileiros e ocupa 24,3% das áreas agrícolas, respondendo por cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Provem deste setor 87,0% da produção nacional de mandioca, 69,7% da produção de feijão, 46,0% do milho, 38,0% do café, 34,0% do arroz, 58,0% do leite, 59,0% do plantel de suínos, 50,0% do plantel de aves, 30,0% dos bovinos e 21,0% do trigo.
 
Além de produzir alimentos e matérias-primas, a agricultura familiar responde por 74,4% da ocupação no setor rural e favorece o emprego de práticas produtivas ecologicamente mais equilibradas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais e a preservação do patrimônio genético. 
 
A agricultura familiar permite uma distribuição populacional mais equilibrada no território, abriga um vasto patrimônio cultural e uma rica sociobiodiversidade, dos quais fazem parte as identidades, os saberes e os conhecimentos tradicionais, as manifestações artísticas e culturais, e as formas peculiares de apropriação, manejo
e conservação dos recursos naturais.
 
A comissão de seleção das boas práticas foi constituída pelos técnicos do DEA, Adriana de Magalhães Chaves Martins, Aida Maria Farias da Silva, Alex Barroso Bernal e Ana Luísa Teixeira de Campos; da SMCQ, Angela Paiva de Oliveira; da SEDR, Claudio Rodrigues dos Santos e Franciene Araújo; e, da SRHU, Adalcira Santos Bezerra e Larissa Rosa.
 
Fonte: Idea - ano 2 - Outubro - nº 005 - 2012 - Informativo do Departamento de Educação Ambiental - MMA