Flora

Vegetacao ciliarA vegetação do Pantanal, ao contrário das formações homogêneas típicas, apresenta-se como um mosaico de composições representativas de três regiões distintas: amazônica, cerrado e chaco. Nesse ambiente, coexistem aproximadamente 1.500 espécies de plantas, cujo conjunto fitofisionômico recebe a denominação de "complexo do Pantanal".
A Estação Ecológica de Taiamã apresenta extensos campos de gramíneas intercalados com elementos florestais, com porte elevado e esguio, formando pequenos maciços distribuídos nas ilhas. Outro aspecto importante da vegetação é a mata ciliar desenvolvida junto aos Rios Bracinho, Paraguai e Formoso, circundando as Ilhas de Taiamã e Sararé.

Nas margens dos rios da Estação ocorrem muitas espécies de plantas aquáticas, como o aguapé (Eichornia crassipes) que serve de abrigo a inúmeros peixes que nelas depositam seus ovos. Na época das cheias, verdadeiras ilhas de aguapé descem flutuando o rio Paraguai, servindo como meio de transporte para muitas outras espécies animais e vegetais. Junto a esta espécie ocorre a Eichornia azurea, a qual ocupa maior extensão que a primeira e é chamada também de aguapé. As "ilhas" flutuantes que descem o rio são chamadas de "camalotes". Ainda nas áreas alagadas há a Vitória régia (Victoria cruziana), a Pistia stratiotes, denominada erva de Santa Luzia, as ninféas (Nymphaeas sp.), bem como o Cyperus giganteus (popularmente conhecida como Piri), Equinodorus macrophylus, Sagittaria guyanensis, Pontederia lanceolata, dentre outras. Estas plantas são importantes para a cadeia alimentar da região, pois disponibilizam habitats para algas perifíticas e uma riquíssima fauna de invertebrados (Pott e Pott, 2000). Existe inclusive a descrição de uma espécie endêmica da região, chamada Drosophila aguape, coletada nas flores de E. azurea da Ilha de Taiamã (Val e Marques, 1996).

Em grande parte das margens dos rios Paraguai e Bracinho existem quantidades enormes de indivíduos da espécie Aspilia latissima (Fumeiro), formando uma paisagem muito frequente e inconfundível da Estação.
Na porção interior da ilha, onde é mais firme, existem extratos arbóreos com a presença de espécies de Leguminosae, Moraceae, Melinaceae, Elaeocarpaceae, Capparidaceae, Anarcadiaceae, entre outras, geralmente atingindo altura entre 12 e 18 metros. Ocorre também um estrato subarbustivo – arbustivo, com representantes das famílias Compositae, Apocynaceae, Malpighiaceae, Melastomataceae e outras, com altura não ultrapassando 3 metros. Nas áreas alagáveis, os troncos de árvores e arbustos, às vezes mortos, são cobertos por trepadeiras das famílias Vitaceae, Passifloraceae, Convolculaceae, entre outras.
Dentre as palmeiras existentes na Estação Ecológica estão: o Acuri (Attalea princeps), que é encontrado nas margens mais elevadas dos rios e corixos; o Tucum, também designado Tucumã, que corresponde a diversas espécies do gênero Bactris e Astrocaryum.
Um dos elementos arbóreos mais significativos da EE de Taiamã é o Abobreiro (Erythrina fusca), os quais se condensam em "ilhas", chamados Abobreiros, facilmente reconhecidos devido à beleza de sua inflorescência. Outras espécies observadas são: Louro Preto (Nectandra mollis); Tarumã (Vitex cymosa); Jatobá (Hymenaea stigonocarpa); Manduvi (Sterculia apetala); Aroeiro (Astronium sp.); Guatambu (Apidosperma sp.); Angico vermelho (Piptadenia sp.); Angelim (Andira sp.); Ipê (Tabebuia sp.); Cambará (Vochysia divergens) e Figueira (Fícus trigona).