Estação ecológica estudará impactos ambientais no costão rochoso da baía de Ilha Grande, com base no monitoramento da ictiofauna, invertebrados, branqueamento de corais, espécies invasoras e lixo

16-17 fev2017 206mussis16-17 fev2017 09216-17 fev2017 050

A Estação Ecológica (Esec) Tamoios, no litoral fluminense, realizou no início de outubro capacitação prática de sua equipe e de voluntários para monitoramento da biodiversidade e impactos no ecossistema de costão rochoso. Antes, a equipe já havia participado de capacitação teórica na sede da unidade de conservação. As atividades fazem parte do projeto "Avaliação da efetividade da gestão da Estação Ecológica de Tamoios por meio do estudo do substrato e da comunidade de peixes de costão rochoso", aprovado no ciclo 2017-2018 do Programa de Iniciação Científica (PIBIC/ICMBio).

 

A capacitação é a primeira etapa do projeto, que prevê saídas trimestrais para coleta de dados, tanto em áreas da unidade de conservação, como fora dos seus limites. Está sendo utilizado o protocolo de monitoramento ReefCheck, adotado oficialmente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para atividades de monitoramento da biodiversidade no ambiente marinho, com as devidas adaptações para o ecossistema de costão rochoso. Durante um ano, serão monitorados a ictiofauna (peixes), invertebrados e o substrato (superfície das rochas coberta pelo mar), além de impactos como branqueamento de corais, espécies exóticas invasoras e lixo.

 

Seis pessoas, entre servidores e funcionários da Esec Tamoios, além de voluntários, participaram do treinamento prático realizado na Lagoa Azul, na Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ). O trabalho foi realizado em parceria com a operadora de mergulho Sotto Mare que forneceu a embarcação e os equipamentos de mergulho. O transecto (área para monitorar fenômeno em estudo) utilizado para orientar os censos visuais subaquáticos do protocolo ReefCheck foi confeccionado a partir da reutilização de redes de pesca ilegal apreendidas em operações de fiscalização da Esec Tamoios, graças ao apoio voluntário de um pescador que também é vigia da unidade de conservação.

 

"A capacitação é o momento que a gente tem para aplicar o que aprendemos na teoria e planejamos no escritório. Depois dos mergulhos, fizemos uma avaliação que vai contribuir em muito para o aperfeiçoamento das planilhas e indicadores que pretendemos monitorar ao longo do projeto" avaliou Ana Paula Rodrigues, bolsista de iniciação científica do PIBIC/ICMBio.

 

"Estamos iniciando um projeto de monitoramento que tem potencial para se tornar um programa contínuo da Esec Tamoios para verificar, a longo prazo, a qualidade ambiental dos costões rochosos da baía da Ilha Grande. O protocolo ReefCheck é adequado para fazer tal monitoramento por já ser utilizado em outras partes do Brasil e do mundo, além de ser de fácil aplicação, favorecendo o envolvimento de mergulhadores voluntários no trabalho", comentou Eduardo Godoy, analista ambiental e orientador do projeto.

IMG 72962017-10-05-PHOTO-00000153