EDUCAÇÃO AMBIENTAL PROMOVE EFETIVIDADE NA GESTÃO

semfotoUnidade:Parque Nacional Campos Amazônicos

Autores: Aline Roberta Polli (Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade)

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Bioma: Amazônia

 

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Objetivo
Mais conhecida como Km 180, Santo Antônio do Matupi é uma comunidade localizada ao Sul do estado do Amazonas, às margens da Rodovia Transamazônica (BR 230), município de Manicoré. Ali, em pleno arco do desmatamento, os profissionais do Parque iniciaram um trabalho que busca desenvolver uma consciência ambiental crítica junto aos moradores, despertando o sentimento de pertencimento e afetividade pela Unidade de Conservação. Um desafio e tanto, já que o Parque era visto pela população como um transtorno ao modo de vida local, baseado na exploração madeireira e na implantação de pastagens para a pecuária.
Desenvolvimento

Para se aproximar da comunidade, a gestão da unidade de conservação passou a desenvolver atividades com os educadores locais, de forma coletiva e participativa, tendo como polo principal a Escola Municipal Santo Antônio do Matupi. A gestora do Parque Nacional Campos Amazônicos no Estado do Amazonas, Aline Roberta Polli, conta que a ideia de desenvolver um programa continuado de educação ambiental surgiu a partir de demandas locais: "A relação com a comunidade era marcada pelo distanciamento e pela tensão, onde antigos servidores chegaram até a receber ameaças. Este cenário começou a se modificar com as reuniões de sensibilização para criação do Conselho, onde a demanda por projetos em educação ambiental acabou surgindo".

A partir do desenho de uma "matriz de anseios", em uma primeira reunião com os interessados na atividade, utilizando a metodologia da "árvore dos sonhos" da comunidade, foi possível sistematizar ideias e traçar um plano de ação para implementação do projeto junto com moradores e professores. Uma ação de destaque dentre tantas implementadas na Escola foi a chamada "Matupi em Flor", que pretende arborizar o distrito com plantas ornamentais nativas. Para isso acontecer, entretanto, foi necessário capacitar os professores para lidar com a temática ambiental com os estudantes, a maioria filhos de extratores ilegais de madeira. Relatos dos professores apontaram para dificuldade e receio em trabalhar temas que pudessem gerar conflitos. Desta forma, uma oficina de educação socioambiental e juventude vulnerável foi realizada, a fim de diminuir tais dificuldades. A oficina narrou experiências de projetos de capacitação em educação socioambiental para professores, ofereceu apontamentos preliminares sobre a interlocução entre comunidade e escola, e recomendou ações que fortalecessem a pedagogia ambiental, bem como a aproximação da comunidade com o Parque Nacional.

Além disso, uma rede de apoio foi formada ao redor desse projeto, envolvendo instituições de ensino e ONGs, que, com suas expertises passaram a oferecer capacitações e atividades, ampliando ainda mais o alcance do plano. Por exemplo, a Faculdade São Lucas de Porto Velho, ofereceu oficinas de Vivências em Educação Ambiental para professores sobre métodos de como inserir a temática ambiental nas suas aulas e, com apoio do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IBAMA e de moradores locais, foram instalados uma horta comunitária na Escola e um viveiro que oferece mudas de árvores nativas para as pessoas que necessitam recuperar as Áreas de Preservação Permanente de sua localidade.


Resultados

O Parque trata ainda do fortalecimento de bases comunitárias, foi oferecida ainda uma capacitação em elaboração de projetos, que vem a contribuir com a organização comunitária e a promoção de fontes alternativas de emprego e renda. Aline afirma que ainda há muito o que desenvolver,mas considera que muito já foi caminhado, em um contexto consideravelmente difícil. "Por maisque não seja uma grande inovação no sentido de ser uma novidade,ela é importante porque é realizada de forma participativa. Nós vemos hoje que nossa equipe conseguiu uma aceitação maior entre os comunitários, assim como a própria Unidade. Hoje vemos que o número de participantes nas reuniões vem aumentando, o que prova que o afetivo é efetivo".

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