A caminhada teve como objetivo dar maior visibilidade aos diversos segmentos sociais sobre os objetivos e as ações da Reserva Biológica como Unidade de Conservação de Proteção Integral, vinculada ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.
O evento também procurou chamar a atenção dos atores da região sobre a importância da participação individual e coletiva nos processos que visam melhorar os níveis de compreensão sobre a dinâmica ambiental para propiciar a sustentabilidade das ações humanas diante de um ambiente cada vez mais pressionado.
A caminhada consta da programação anual da reserva que geralmente vem sendo realizada na data em que se comemora o aniversário de criação da mesma. Este ano, a Unidade de Conservação completou 70 anos de existência como área protegida e 31 anos como Reserva Biológica.
Para cada uma das caminhadas elege-se um tema central para ser apresentado e debatido com os participantes, buscando melhorar a compreensão sobre o inter-relacionamento entre os elementos bióticos e abióticos no interior da área protegida bem como das relações ambientais com as atividades desenvolvidas pela comunidade atuante no entorno da reserva. Este ano, a programação foi focada nas “Interações ambientais” e contou com a participação de especialistas que discorreram sobre a temática a um grupo de cerca de cinquenta representantes de instituições das áreas da conservação, pesquisa, universidades públicas e privadas, escolas, prefeituras, órgãos ambientais, sindicatos rurais, ONGs, comércio, serviços, empreendedores, produtores rurais e de mineração.
Estando a reserva inserida no bioma Mata Atlântica, um dos ecossistemas brasileiros mais pressionados na atualidade, foi realizada uma abordagem sequencial da temática de maneira a facilitar a compreensão das interações ecológicas ocorrentes no interior das áreas protegidas e destas com as áreas do entorno, onde se concentram as atividades humanas. Foram discorridos os seguintes temas:
- Ato simbólico sobre a restauração do ecossistema Mata Atlântica com a distribuição de uma muda de pau-brasil para cada participante, acompanhado de um roteiro sobre o plantio correto de uma muda florestal e o histórico de criação da UC;
- Distribuição de publicações do material educativo “Reserva Biológica de Duas Bocas”, cedido pelo Instituto Últimos Refúgios.
HOMENAGEM A ALVARO COUTINHO AGUIRRE
No encerramento da caminhada foi realizado um ato em reconhecimento ao empenho do engenheiro florestal do Departamento de Caça do Ministério da Agricultura, Dr. Alvaro Coutinho Aguirre (in memorian), que a partir da década de 1930 iniciou as primeiras discussões para a criação de uma área protegida na margem esquerda do 
baixo Rio Doce, culminando com a destinação de uma área natural para a criação do Parque Estadual Barra Seca de domínio do estado e outra área para o Parque de Reserva, Refugio e Criação de Animais Silvestres Sóoretama (1943) de domínio da união. Em 1971 o IBDF órgão gestor das Unidades de Conservação federais ampliou os limites da área federal protegida para os atuais 24.250 ha com a anexação do Parque Estadual Barra Seca, permanecendo a área na condição de Parque de Reserva, Refugio e Criação de Animais Silvestres Sooretama até 1982, quando foi transformada em Reserva Biológica.Semear as boas sementes
Por esta razão foi oferecida uma muda de pau brasil produzida a partir de sementes coletadas de um exemplar da espécie plantada na sede da UC pelo Dr. Aguirre, a fim de que cada participante da VII Caminhada Ecológica da Reserva Biológica de Sooretama replique o ato de semear as boas sementes, além de simbolizar o esforço do pioneiro para a conservação do remanescente Sooretama com aproximadamente 50.000 hectares de Mata Atlântica, constituído pela Reserva Biológica de Sooretama, Reserva Natural VALE, RPPN Mutum Preto e RPPN Recanto das Antas.
Valdir M Santos - Analista Ambiental - RBS/ICMBio
Rod. Governador Mários Covas, BR 101 Norte, KM 116
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