Prefeitura quer municipalizar área ambiental em Lorena

 

A preservação ambiental virou o tema da mais nova polêmica em Lorena. A utilização de uma área, hoje utilizada pela Flona (Floresta Nacional) da cidade foi discutida na sessão desta semana da câmara dos vereadores, que abriu espaço para o chefe da entidade e presidente do Conselho Consultivo, Miguel Von Behr questionar um projeto do executivo, que pede o repasse do local para a manutenção e realização de projetos ambientais.

Na abertura da tribuna livre, Von Behr apresentou um documento que a prefeitura enviou ao presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rômulo José Fernandes, solicitando a transferência da administração do serviço para a gestão. No plenário, ele destacou as alegações apontadas no documento que diz que “Lorena é dotada de um Conselho Municipal de Meio Ambiente e de uma secretaria de Meio Ambiente completamente estruturada, dotada de serviços de dedicação exclusiva e formação superior especifica da área, não apenas para a fiscalização ambiental, mas também de um corpo técnico habilitado” e que “a Flona de Lorena não abriga nascentes ou patrimônio natural expressivo, nem tão pouco apresenta interesse turístico ou quaisquer características, capazes de justificar o interesse ambiental federal na área”.

A argumentação foi rebatida pelo chefe da Flona, que frisou que a área possui uma unidade de conservação, com 240 hectares, em meio à vasta região urbanizada do Vale do Paraíba. “Isso comprova seu potencial em termos de possibilidade de conscientização da sociedade a respeito da questão ambiental e demais parceiros que queiram se envolver na implantação da unidade de conservação federal”, afirmou.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Mauro Sérgio Azevedo, a ideia surgiu após uma reunião com o reitor da USP (Universidade de São Paulo), João Grandino Rodas, que cobrou um trabalho com a habitação para o corpo docente e para alunos, além de uma área lazer. “Uma pesquisa apresentada pela própria USP diz que até o ano de 2014, Lorena deve receber por volta de cinco mil alunos. Em cima disso, o prefeito questionou a possibilidade de se trazer a unidade de conservação e a sessão da área para o município. “Não que a prefeitura tenha a intenção de assumir as despesas, mas sim criar uma PPP”, revelou Azevedo.

Após a elaboração do projeto, o documento foi encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente e à secretaria do Meio Ambiente do Estado, que analisam a solicitação. “Não queremos eliminar quadro de funcionários, mas sim mantê-lo”, contou o secretário.

Ele destacou ainda a necessidade de uma melhor utilização da área, para estudos e lazer. “Lorena não tem um parque ambiental, onde as pessoas vão fazer uma caminhada, um exercício. A Flona só abre para as pessoas nos fins de semana. Além disso, essa área estaria inserida em um projeto já apresentado que diz respeito a outra área próximo ao ribeirão Taboão, que foi solicitada para a criação de um centro de pesquisa ambiental. A área da estaria ligada a esse centro, onde os alunos da USP, Fatea, e Unisal poderiam fazer todo tipo de analise referente ao Meio Ambiente. Mas hoje está parada”.

Denúncias já foram apresentadas com irregularidades no dia a dia da entidade. O secretário elencou problemas como a travessia de animais, caça e pesca, a pulverização de avião em plantação em um terreno vizinho a Flona, o que faria com que o veneno afetasse a flora do local, o esgoto lançado no rio Quatinga sem tratamento adequado. “O Miguel (atual diretor) foi o primeiro a realizar algo sobre esse problema, mas ainda está preocupante. Tudo isso faz com que a unidade seja comprometida”, ressaltou Azevedo.

A situação será analisada pelo ministério do Meio Ambiente, pela secretaria estadual do Meio Ambiente e pelo instituto Chico Mendes. A prefeitura espera o parecer dos órgãos para seguir com o projeto.

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