Turismo com Botos-Vermelhos

Boto Vermelho Leo AlbuquerqueDe brincadeira de criança, há 19 anos, o principal atrativo turístico do Parque Nacional de Anavilhanas e da cidade de Novo Airão, pioneiro no Brasil e mundialmente conhecido, o turismo de interação com botos-vermelhos cresceu sem contar com nenhuma orientação técnica ou normativa.

Em 2010, por demanda do conselho consultivo do Parque Nacional de Anavilhanas, foi criado um Grupo de Trabalho sobre o assunto, o GT Botos, reunindo instituições de pesquisa como INPA e IPÊ; poder público como Ibama, secretarias municipais de Meio Ambiente, Turismo e Educação; entidades civis como associações e sindicatos ligados ao trade turístico.

O objetivo foi produzir uma proposta de ordenamento de turismo com botos de forma participativa e democrática, considerando todos os aspectos envolvidos: biológicos, ecológicos, além das variáveis culturais, sociais e econômicas.

Ao longo de 2010 foram realizados seminários e reuniões técnicas que resultaram na elaboração de uma proposta de ordenamento da atividade de turismo com botos e que foi encaminhada para a sede do ICMBio, em Brasília, em outubro de 2010 e encontra-se sob análise.

Como a situação era urgente, o Parque Nacional de Anavilhanas iniciou a implementação do ordenamento já em 2010 e, entre as principais mudanças promovidas pelo ordenamento do turismo com botos no Parque Nacional de Anavilhanas, estão:

ANTES

DEPOIS

Os visitantes alimentavam os botos;                          

Somente os funcionários treinados podem alimentar os animais;

Não havia controle da quantidade do alimento fornecido aos botos;

Atualmente existe um limite de 2 kg/dia para cada boto;

Não havia controle da qualidade do alimento (por exemplo: peixe congelado, salsicha, cerveja, salgadinhos etc);

Os botos recebem apenas peixe resfriado devidamente;

Era permitido nadar com os botos, o que possibilitava o molestamento e maus tratos dos animais;

Atualmente o visitante pode entrar na plataforma submersa (de altura aproximada de 1,2 m), desde que se comporte de maneira passiva, sem molestar os animais; Obs.: no momento a plataforma submersa está desativada.

Não era fornecida nenhuma informação prévia sobre os botos;

Atualmente, antes da observação em si, é ministrada uma palestra sobre os botos e a atividade de interação desenvolvida;

Não havia definição de limite no número de pessoas na plataforma emersa e submersa;

Hoje existe restrição quanto ao número de pessoas na plataforma emersa e submersa;

Não havia restrição quanto ao uso de embarcações nas imediações do Flutuante dos Botos.

Atualmente é proibida a navegação em um raio de 20 metros ao redor do flutuante.

Grosso modo, as mudanças objetivam garantir a segurança dos visitantes e o bem-estar dos animais. Aguardamos a publicação da normativa que disciplina o turismo com botos em nível federal e continuamos a implementar o ordenamento e monitoramento da atividade, que obteve melhorias significativas a partir do ordenamento iniciado em 2010, reconhecidas por todos os atores envolvidos, incluindo-se os visitantes.

Contudo, ainda busca-se o padrão de excelência almejado, tanto em termos de estrutura quanto de atendimento e monitoramento. No entanto, apesar das limitações estruturais ainda existentes, não há quem não se emocione com o contato próximo com os incríveis botos-vermelhos, criaturas belas e carismáticas que aquecem os corações de todos que os conhecem de perto.

Destacamos, ainda, o desenvolvimento do projeto "Ordenamento do turismo com boto-vermelho na bacia do rio Negro", coordenado pelo pesquisador do ICMBio Marcelo Derzi Vidal, que vem ajudando a implementar e monitorar a atividade de turismo com botos no Parque Nacional de Anavilhanas. Mais informações: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..