Existe grande riqueza de Plantas Alimentícias Não Convencionais no PARNASO

Os brasileiros em geral reproduzem hábitos alimentares importados e desconhecem o enorme potencial alimentício e gastronômico das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC). O PARNASO possui algumas PANC que precisam serem melhor estudadas e difundidas. Uma equipe de pesquisadores está identificando na trilha da travessia (Petrópolis – Teresópolis) as diversas plantas. Conta com apoio do professor do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Valdely Kinupp. Ele explicou que se trata da terceira expedição no parque de "coleta e identificação das PANC na trilha turística com georeferenciamento, fotografia e herborização". A ideia é criar um inventário que será de extrema utilidade para futuras pesquisas tanto gastronômicas quanto agronômicas. As PANC necessitam serem popularizadas e difundidas visando até a segurança alimentar do Brasil e são de relevância para a agroecologia. No PARNASO são muitas variedades de hortaliças, framboesas, urtigas, begônias, peperômias que servem para saladas, fritadas, geleias, sucos, licores.

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O professor do Programa de Pós-Graduação Prática em Desenvolvimento Sustentável (PPGPDS) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Tiago Boer Breiler, orienta o aluno de mestrado, Thiago Cruz, na identificação das PANC com o objetivo de beneficiar diretamente os produtores rurais agroecológicos. Conta com apoio da Associação Agroecológica de Teresópolis. Os agricultores orgânicos têm especial interesse nos alimentos de origem regional – já adaptados às condições locais e com enorme potencial alimentício, mas ainda desconhecidos do público em geral. Um exemplo é o aspargo da montanha encontrado nos campos de altitude. Muitas PANC estão presentes no sub-bosque em áreas sombreadas, muitas vezes de pouco utilidade para os produtores rurais. Podem acrescentar a produção agroflorestal. "Vemos grande potencial nas PANC, temos que conhecer melhor como usar esta biodiversidade. O parque possui um potencial genético importante para a bio-prospecção", afirmou Tiago. "O objetivo geral da minha dissertação é justamente identificar as PANC da travessia" argumentou Thiago que atua junto com produtores agroecológicos de Teresópolis e Petrópolis.

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Os pesquisadores pensam em parceria com a equipe do PARNASO para implantarem uma horta didática com os PANC locais e incentivar a uso destes alimentos. O professor da UFRRJ, Bruno Araújo Furtado de Mendonça, faz parte da expedição e das pesquisas com o objetivo de realizar o georeferenciamento das plantas. O resultado será um mapa temático. Os brasileiros precisam urgentemente conhecerem melhor os valores das plantas originais e a pesquisa no PARNASO é muito importante. Mais informações sobre os PANC com filmagens de expedições no PARNASO no site www.istoepanc.com.br e www.kinupp.com.br

 

Reportagem de Francisco Pontes de Miranda Ferreira – Apoio à Coordenação de Pesquisa e Monitoramento da Biodiversidade

Fotos de autoria e cedidas pela equipe de pesquisa