Pesquisa com caranguejos de Fernando de Noronha avalia danos genéticos

(Itajaí - 27/11/2020) Pesquisadores do Laboratório de Genômica Evolutiva e Ambiental (LAGEA) da Universidade Federal de Pernambuco realizaram em outubro a primeira campanha de amostragem do projeto "Toxicidade genética de Johngarthia lagostoma e Grapsus grapsus, como sentinelas da qualidade ambiental em ambientes insulares brasileiros: o caso do turismo em Fernando de Noronha (PE-Brasil)".

 

img 2020 analise das amostras Foto Monica L AdamO projeto de pesquisa é fruto da parceria entre o Laboratório de Genômica Evolutiva e Ambiental (LAGEA/UFPE), Grupo de Pesquisa em Biologia de Crustáceos (CRUSTA/UNESP/IB/CLP), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (ICMBio/CEPSUL), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (ICMBio/CEPENE) e conta com o apoio da Coordenação Geral de Pesquisa e Monitoramento da Biodiversidade (CGPEQ/ICMBio).

 

Este projeto busca avaliar, a partir de parâmetros de danificação genômica em espécies de caranguejos, o impacto ambiental em relação ao fluxo turístico durante o fechamento da visitação e posterior abertura no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha.

 

img 2020 Johngarthia lagostoma H. Milne Edwards 1837 foto Monica L Adamimg 2020 Grapsus grapsus Linnaeus 1758 foto Monica L AdamO caranguejo Johngarthia lagostoma é uma espécie endêmica de ilhas oceânicas, sendo encontrada no Brasil, apenas nos Arquipélagos de Fernando de Noronha, Trindade, Martim Vaz e Atol das Rocas. Esta espécie, apesar de ocorrer em uma área com programas de conservação bem estabelecidos, tem sido impactada pela introdução de espécies exóticas em Fernando de Noronha e Trindade, por isso, foi avaliada como uma espécie ameaçada de extinção no Brasil (EN – B1ab(iii). Já Grapsus grapsus, é uma espécie amplamente distribuída no Oceano Pacífico e no Atlântico, não sendo considerada ameaçada de extinção no Brasil.

 

 Os exemplares utilizados no estudo não serão mortos após a retirada da hemolinfa, sendo liberados na área de captura. Além disso, o procedimento de extração da hemolinfa não causa quaisquer alterações fisiológicas ou prejuízos aos animais.

img coleta da hemolinfa dos animais foto Monica L. Adam

Texto: Harry Boos