Novas espécies de insetos são descobertas na Serra da Bocaina

10/02/2014, por Mara Pais

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) acabam de publicar na revista Zootaxa a descrição de duas novas espécies de insetos que vivem na região da Serra da Bocaina. As duas espécies eram até então desconhecidas pela Ciência.

O artigo é resultado do estudo de mestrado desenvolvido por Paula Souto e orientado pelo Prof. Jorge Nessimian, que coordena o projeto de pesquisa "Diversidade e distribuição de insetos aquáticos do sudeste do Brasil". O grupo de pesquisa do Prof. Nessimian é um dos que mais freqüentam as imediações do Parque Nacional da Serra da Bocaina, já tendo produzido inúmeras publicações sobre a fauna de insetos aquáticos que habitam os riachos da região.

As duas novas espécies encontradas pertencem à ordem Ephemeroptera, grupo de insetos popularmente chamados de "siruruias". São pouco conhecidos pela maioria das pessoas, embora abundantes nas proximidades de riachos e outros tipos de corpos d'água. Tal habitat está relacionado ao seu modo de vida nos estágios iniciais de desenvolvimento (estágio de ninfa), que ocorre em ambiente aquático. Em geral as ninfas alimentam-se de detritos, mas algumas também predam outros organismos aquáticos. Já os adultos, não se alimentam, vivendo apenas poucas horas, o suficiente apenas para o acasalamento e postura dos ovos. Daí é que vem o nome da ordem, uma alusão à vida "efêmera" do adulto. Tanto a ninfa como o adulto alado são inofensivos aos seres humanos, desempenhando importante papel na cadeia alimentar, principalmente dos ambientes aquáticos. Além disso, devido à sensibilidade das ninfas às condições físico-químicas da água onde vivem, o grupo é muito utilizado em programas de biomonitormanento da qualidade da água.

coleta de folhiço com rede de Brundin r