Transporte de Peixe-boi

Foto: ICMBio

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No dia 07 de maio de 2015 foi realizado o transporte do peixe-boi marinho denominado Assú da Praia do Forte, na Bahia até Porto de Pedras, em Alagoas. Assú foi resgatado em Gamboa de Morro/BA por estar debilitado em função de ingestão de lixo e óleo de embarcações e passou cerca de dois meses em reabilitação na sede do Projeto TAMAR.

O transporte foi realizado por via terrestre com a utilização de um veículo tipo van, auxiliado por duas caminhonetes. Com aproximadamente 10 h de duração, este foi um dos mais longos transportes de peixe-boi adulto já realizado no Brasil. Durante todo o percurso o animal teve sua temperatura, frequência cardíaca e comportamento monitorados por uma equipe composta por veterinários, biólogos e tratadores. A operação iniciou-se às 04:30 h e ocorreu conforme planejado, sendo finalizada às 16:30 h. Assú agora permanecerá no recinto em ambiente natural no rio Tatuamunha, mantido pela APA Costa dos Corais em Porto de Pedras/AL.

Segundo o veterinário do Programa Peixe-boi, Augusto Bôaviagem, responsável pelo acompanhamento veterinário de Assú, este se comportou bem durante o trajeto, não apresentando necessidade de intervenção clínica.

Assú será mantido em um cativeiro em ambiente natural no rio Tatuamunha, onde terá uma melhor qualidade de vida. Os custos de manutenção também serão menores do que se ele fosse mantido em oceanários.

A operação foi realizada de forma conjunta entre o Centro Mamíferos Aquáticos, a APA Costa dos Corais, o Projeto Tamar e com apoio logístico da UAAF Arembepe. A Fundação Toyota do Brasil e a Fundação SOS Mata Atlântica apoiaram a atividade através do Projeto Toyota APA Costa dos Corais.

Assú

Assú foi resgatado recém-nascido em 23 de fevereiro de 2000 em Retiro Grande, município de Aracati-CE, pesando 40,5kg e medindo 140 cm de comprimento. O resgate foi realizado pela equipe da AQUASIS que transferiu para o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (CMA/ICMBio), na Ilha de Itamaracá/PE.

O animal foi reintroduzido pela primeira vez na Praia do Patacho/AL em outubro de 2003, juntamente com a fêmea "Nina" sendo acompanhado por telemetria satelital até fevereiro de 2004, quando foi resgatado na Praia do Forte/BA, após percorrer 500 km e perder 65 kg, retornando ao CMA/ICMBio (PE). Após 9 meses de reabilitação, foi realizada uma segunda tentativa de reintrodução ao ambiente natural que ocorreu na mesma localidade, em dezembro de 2004, juntamente com os peixes-bois "Tico" e "Tuca". Dois meses após esta soltura o animal foi encontrado sem os equipamentos de radiotelemetria, na Baia de Todos os Santos, Salvador/BA, numa área de risco, sendo novamente resgatado e transferido para a Unidade de Reabilitação do CMA/ICMBio.

Após mudanças no protocolo de soltura, no qual o CMA/ICMBio construiu um cativeiro de adaptação em ambiente natural em Porto de Pedras/AL, mantendo o animal por um período de 3 a 12 meses em condições semelhantes ao que será vivenciado após a soltura, foi realizada nova tentativa de soltura de Assu, com translocação para Porto de Pedras em 2013 e soltura em 17 de setembro de 2013.

Depois da última soltura, o animal apresentou bons deslocamentos, permanecendo inicialmente no entorno do recinto, dentro do Rio Tatuamunha. Durante o período de monitoramento satelital, Assú utilizou áreas de manguezal nos municípios de Tamandaré e Sirinhaém, em Pernambuco, e depois passou a explorar outras áreas nos estados de Sergipe e Bahia, onde foi resgatado.