Peixe-boi é solto na APA

Peixe-boi Arani Cláudio Sampaio
Foto: Cláudio Sampaio
Soltura de Peixe-boi
 Foto: acervo ICMBio

Foi realizada na manhã desta terça-feira, 30/06/2015, a soltura de mais um peixe-boi marinho (Trichechus manatus) no rio Tatuamunha, em Porto de Pedras/AL. A fêmea Quitéria recebeu um rádio transmissor que proporcionará o acompanhamento de sua adaptação ao ambiente. A soltura foi realizada pelo Programa Peixe-boi/ICMBio, executado pelo CMA, CEPENE e APA Costa dos Corais.

Entre 2008 e 2015 foram reintroduzidos 20 peixes-boi na APACC. A soltura faz parte da estratégia de reintroduzir peixes-bois como forma de reconectar duas populações isoladas e proporcionar o fluxo gênico, reduzindo as chances de extinção. Os peixes-boi marinhos são classificados como "Ameaçados". Sua população na natureza é estimada em 1000 indivíduos distribuídos de Alagoas ao Amapá. A perda de habitat e o encalhe de filhotes são as principais ameaças de extinção.

Uma equipe da Nippon Television acompanhou a atividade. Os trabalhos de conservação de peixes-bois do ICMBIo farão parte de um documentário sobre o mar brasileiro a ser transmitido no Japão.

O Programa Peixe-boi/ICMBio conta com o apoio financeiro da Fundação Toyota do Brasil e da Fundação SOS Mata Atlântica através do Projeto Toyota APA Costa dos Corais.

O peixe-boi Quitéria

Quitéria encalhou na praia de Tremembé, município de Icapuí/CE, no dia 14 de Março de 2010 com aproximadamente 2 dias de idade e 26 quilos. O animal foi resgatado pela equipe da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (AQUASIS). Devido à ausência de relatos de animais adultos na área e condições de maré a tentativa de reintrodução imediata foi inviabilizada.

O animal permaneceu no Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos (CRMM - AQUASIS) até obter estabilização clínica e poder seguir para o centro de reabilitação do CMA/ICMBio, localizado na Ilha de Itamaracá/PE, processo que ocorreu em 26 de Março de 2010. No dia 14 de maio de 2014 Quitéria foi translocada para o recinto de aclimatação no rio Tatuamunha, Porto de Pedras, com objetivo de auxiliar sua adaptação às condições ambientais do local de soltura.
Após dificuldades de se adaptar ao ambiente na primeira soltura, Quitéria foi resgatada e retornou para cativeiro. Hoje, após ganhar peso e estar clinicamente apta, foi dada uma segunda chance para que ela possa viver livre e cumprir sua função ecológica. O monitoramento pós-soltura será realizado diariamente através da equipe de campo sediada na Base Avançada da APA Costa dos Corais em Porto de Pedras/AL.